sexta-feira, 4 de maio de 2007

Marzagão

No dia 01 de Maio dei um passeio por Marzagão. Para ser sincero, o destino era o Castelo de Ansiães, mas, ao passar no cruzamento de Marzagão, optei por visitar esta aldeia. Não me recordo da última vez que estive em Marzagão, talvez há mais de 20 anos! Recordo apenas algumas pessoas e lugares.
Sempre esteve no meu imaginário que deve ter sido uma grande aldeia, importante no desenvolvimento do concelho, cheia de cavaleiros e almocreves, dada a proximidade com Ansiães.
De facto, no séc. XIII Marzagão estava integrado na paróquia de S. João de Ansiães. A Igreja de S. João está situada fora das muralhas do Castelo de Ansiães, mas terá existido uma muralha que saía da ainda existente e que a envolvia. Esta paróquia era extensa e compreendia, entre outras, Carrazeda, Amedo, Areias, Zedes, Pinhal do Norte e Brunheda. Durante o reinado de D. Manuel I foi uma comenda da Ordem de Cristo.
A igreja em Marzagão foi construída entre 1571 e 1575, recebendo a paróquia que passou a designar-se S. João de Marzagão, que nessa altura já integrava apenas metade da vila de Ansiães, Marzagão, e a Quinta do Toural. Como sinal de respeito, os paroquianos ficaram obrigados à manutenção da velha Igreja de S. João e os reitores iam ali tomar posse.
É de notar que a igreja existente actualmente não é a igreja original, foi melhorada ao longo dos tempos e reformada no ano de 1765.
Quando se chega a Marzagão pela N632-1 quase somos obrigados a parar no Largo Igreja. É aqui um dos pontos mais importante da freguesia, com a bonita Igreja de S. João Baptista a dominar o largo que tem no estremo oposto um coreto. A igreja estava fechada, deixei aqui o automóvel e segui pela Rua de S. João Baptista que nos leva até ao outro extremo da aldeia. Em todas as portas se via pendurado um pequeno ramo de maias. É a tradição que se mantém afastando a fome das casas. A poucos metros encontrei a Capela do Adão. Fiquei contente. Conheci esta capela em ruínas, servia de palheiro. Está recuperada, mas não sei o que existe no seu interior.
Dei um passeio pelas principais ruas da aldeia. Há casas interessantes com curiosas varandas de madeira.
Encontrei uma outra capela que também parece abandonada. Tem porta e telhado, mas há muito tempo que não deve funcionar como capela.
No dia 5 e 6 de Maio vai realizar-se a Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário. A confraria da Senhora do Rosário foi a mais importante do concelho, conseguindo 12000 irmãos e funcionando com quatro capelães. Actualmente, quem organiza a festa, é Junta de Freguesia de Marzagão. A Eucaristia seguida de procissão é às 16 horas do dia 6. Quer no Sábado quer no Domingo, há arraial popular a partir das 21 horas.

Fonte dos dados históricos: Morais, Cristiano (2006). Por terras de Ansiães.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Feira do Livro

Hoje (1 de Maio) desloquei-me a Carrazeda para visitar a Feira do Livro. Não posso recomeçar a minh(À) Descoberta de Carrazeda de Ansiães sem algum suporte documental!
De manhã o recinto da exposição estava fechado. Curiosamente não havia no local nenhuma informação, horário, programa que nos pudesse orientar.
Voltámos às 14 horas e o cenário era o mesmo.
Aproveitámos o (mau) tempo e fomos dar um passeio a Marzagão, ainda inspirados pelas palavras do José Hermano Saraiva, segunda, na RTP2. Deu para fazer algumas fotografias que mais tarde partilharei.
Quando voltámos a Carrazeda, agora sim a Feira estava aberta. Não perdi muito tempo a observar os livros, sabia a que ia e por isso centrei a minha atenção só nos livros sobre Carrazeda. O local estava agradável, os livros bem expostos, em quantidade, e, pareceu-me, recentes.
Houve livros para toda a família (reconheço que fiquei com a maior fatia).
Também houve animação, mas animação rija! Um rancho folclórico (com cerca de 40 elementos que quase ultrapassava o número de espectadores!) bailou o malhão, e outras que tais, incitando as pessoas a baterem palmas. Só faltou um convite para participar na dança. Eu teria aceite.
Quando cheguei a casa, satisfeito com a minha colheita, desfolhei alguns livros. Uma curiosidade que me chamou à atenção, foi a indicação, já por mim comentada várias vezes, de que existia pelo menos outra anta, em Zedes, bem próximo da que conhecemos. O curioso é que o autor, situa o local em Vilarinho da Castanheira! Será erro tipográfico ou desconhecimento da terra?