quarta-feira, 28 de abril de 2010

Guardião

Sobreiro, em Mogo de Malta, que vigia o vale da Cabreira. Ao fundo vemos a aldeia de Freixiel, já no concelho de Vila Flor.
Fotografia tirada da Calçada do Mogo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tanoaria

A tanoaria é uma arte com muita tradição no concelho de Carrazeda de Ansiães. Quer em Mogo de Ansiães, quer em Mogo de Malta, a forma artesanal de fazer pipos e engoretas ainda se mantém. Aqui vemos um depósito de madeira para o fabrico das ditas peças, perto da Eira da Santa, com o Santuário de Nossa Senhora da Saúde como pano de fundo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Novo Blogue - Pereiros

É com alegria que comunico à comunidade de visitantes deste Blogue a abertura de um novo espaço inteiramente dedicado a Pereiros. Este espaço é dinamizado pelo Prof. Hernâni Fidalgo, professor de história na Escola Secundária de Mirandela. É também um entusiasta da fotografia.
O endereço é:  http://pereiros-de-ansiaes.blogspot.com e o link estará sempre disponível na margem direita do blogue À Descoberta de Carrazeda de Ansiães.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

À Descoberta de Vilarinho da Castanheira (2/2)

Publicado no jornal "O Pombal", em Fevereiro de 2010.
Continuação de: À Descoberta de Vilarinho da Castanheira (1/2)

Já na aldeia, a primeira paragem foi junta à capela de Nossa Senhora da Fé. Trata-se de uma capela bastante singular, circular, edificada sobre um rochedo, rodeada por uma varanda que é um excelente miradouro da paisagem em redor. Perto desta capela está a antiga escola primária. Esta escola ainda funciona, mas, nem com a deslocação de crianças do Pinhal do Douro e da Lousa, se atinge uma dúzia de alunos. No pré-escolar o cenário identico. Segui pela Rua do Castelo até ao ponto mais alto da aldeia. Pelo caminho atravessei o espaço onde antigamente se realizavam as feiras, extintas vai para algumas décadas. No vértice do monte existe o que resta de um moinho de vento com a era de 1908 esculpida. No seu interior foi construída uma pequena arrecadação onde ainda hoje se guarda lenha. O nevoeiro não permitia ver as magnificas paisagens que daqui se avistavam e o frio era muito. Nos tanques de lavar a roupa havia placas de gelo com mais de 5 cm de espessura!

Segui em direcção ao cabeço de Nossa Senhora da Assunção. No primeiro domingo de Agosto de cada ano, realiza-se aqui uma esplendorosa festa em honra de Nossa Senhora. Uma majestosa procissão saída da igreja matriz, dá volta às principais ruas da aldeia e sobe à capelinha. Esta, com a porta voltada para a aldeia, é identificável a muitos quilómetros de distância, mesmo de noite, com uma cruz azul florescente colocado no frontispício.
O alto do cabeço é o melhor lugar para observar a aldeia.
De regresso ao povoado, um enorme castanheiro chamou a minha atenção. Com o nevoeiro a esvair-se entre os seus ramos parecia ter saído das cenas de um filme, cheio de mistério. Deve ter sido uma árvore semelhante que contribuiu para o nome da aldeia.

Estacionei junto à igreja matriz com o objectivo de percorrer a pé as principais ruas. Não havia ninguém mas do nada surgiram três crianças. Aproveitei para as questionar sobre a localização de uma sepultura escava nas rochas, que sabia existir por perto. Sorridentes levaram-me à Cerca do Fidalgo onde se diz ter existido uma necrópole com sepulturas. Encontrámos uma, perfeita, escavada no granito. Surpreendeu-me o rigor do corte na rocha quando o comparei com outras sepulturas semelhantes que conheço em Freixiel ou na Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça. Incentivados com a minha satisfação levaram-me ainda a conhecer o resto das casas da Cerca.
Segui, já sozinho, pela Rua de S. Sebastião. O futuro museu começa a ganhar forma. Depois da queda da parte da estrutura, em Dezembro de 2005, as obras não têm avançado muito, mas ouviam-se barulhos de máquinas a trabalhar no seu interior. No final da rua está a razão do seu nome, a capela de S. Sebastião. Apenas conheço o exterior mas gostava de a visitar.
Seguindo pela Rua Calçada, cheguei à Rua da Urraca, onde se pode admirar uma fonte de mergulho e o complexo de Turismo Rural, Casa de Dona Urraca. Esta é uma das várias casas brasonadas que ainda existem no Vilarinho.
Dirigi-me para o Largo do Pelourinho. Sim, o Pelourinho  voltou a ser um ponto de relevo na aldeia. Durante muitos anos, a única pedra que restou do pelourinho do Vilarinho da Castanheira, esteve a cargo da Junta de Freguesia. Com base nessa pedra, foi mandado fazer um novo pelourinho que foi erigido no centro da aldeia, em Agosto de 2009.


Aproveitei para tomar em café (encontrei dois bares abertos). Desci a Rua da Cadeia em busca de evidências da mesma. A construção foi recuperada e é hoje uma casa de habitação particular. No alçado lateral, virado a norte, encontrei uma estela funerária cravada na parede!
Perto da antiga cadeia está o Centro Social e Paroquial de Vilarinho da Castanheira, onde funciona um centro de dia e um lar de idosos. O Centro Social e a Banda de Música são as duas instituições mais importantes. É de referir que a banda de música do Vilarinho é a única existente em todo o concelho de Carrazeda de Ansiães.

Apetecia-me ainda “descobrir” mais casas brasonadas, capelas, a igreja matriz, conhecer a ponte medieval das Olgas, visitar a queda de água do Síbio, no Pinhal do Douro, mas… fica para outra viagem, quem sabe, num futuro próximo.

Mais de Vilarinho da Castanheira no Blogue:

À Descoberta de Vilarinho da Castanheira (1/2)

Publicado no jornal "O Pombal", em Fevereiro de 2010.
Um gelado dia do mês de Fevereiro poderá não ser a melhor escolha para partir À Descoberta de Vilarinho da Castanheira, mas foi isso que aconteceu.
Vilarinho da Castanheira fica a 15 km de Carrazeda de Ansiães e sensivelmente à mesma distância de Vila Flor. Distante dos “grandes” eixos rodoviários, é uma aldeia desconhecida de muita gente, embora seja uma das maiores e mais históricas do concelho. À excepção de algum viajante que por ali passe em direcção à Lousa, ou mesmo a Torre de Moncorvo, só os habitantes de Pinhal do Douro são obrigados a atravessar a aldeia, seguindo depois em direcção às encostas do Douro.

Cheguei ao Vilarinho a meio da manhã. A temperatura estava próximo dos zero graus e o nevoeiro cobria a parte mais alta da aldeia. Segui pela estrada em direcção à Lousa e Castedo com intenção de visitar a anta, mais conhecida por Pala da Moura. É uma boa forma de começar uma visita a esta aldeia, uma vez que a anta está classificada como monumento nacional desde 1910.
O acesso a este monumento faz-se por um estradão bem sinalizado e que pode ser percorrido por carros ligeiros, mas não neste Inverno. Depois de percorrer os primeiros metros estacionei o carro e continuei a pé. Chovia com pouca intensidade e havia água e lama ao longo de todo o percurso. Já estive na Pala da Moura algumas vezes e, por isso, já sabia o caminho e o que ia encontrar. Este monumento funerário megalítico é de grandes dimensões, quando comparado por exemplo com o que existe em Zedes. É composto por oito esteios e uma laje gigantesca que lhe serve de tampa. Tem um corredor orientado para nascente que dá acesso à câmara. Ainda são visíveis no interior, pelo menos num esteio, vestígios de pintura a vermelho vivo, sendo impossível decifrar o que representa. A área envolvente está limpa, tem caixotes para o lixo, mesas e bancos onde se podem passar alguns momentos agradáveis. A última vez que aqui estive foi em Maio de 2008, com as giestas cheias de maias amarelas espalhando um colorido e um perfume fantásticos. Este é um lugar muito sossegado, longe de qualquer barulho.
Continuei pelo caminho que segue para sudoeste e que conduz ao ribeiro onde há ruínas de moinhos de água. Alguns desses moinhos foram recuperados e esse local era totalmente desconhecido para mim. Seguindo o caminho sinalizado, não foi difícil encontrá-los. Os dois primeiros moinhos, a montante, estão recuperados. O espaço envolvente está cuidado, com mesas e bancos convidando a descansar. Foi o que eu fiz.
Por momentos o nevoeiro deixou o Vilarinho a descoberto e pude apreciar, à distância, a configuração da aldeia. Parece ter sido construída em redor de um cabeço, descendo pelas suas encostas, mais voltada para o Sul, mas rodeando completamente o morro. A esse cabeço chamam o Castelo. Locais como este foram os escolhidos para a construção de castros, aproveitando as suas defesas naturais. No alto do Vilarinho existiu, certamente, um castelo. A posição geoestratégica da aldeia, entre a Lousa e o castelo de Ansiães, conferia-lhe importância. A provar a sua antiguidade está a própria Pala da Moura, afirmando-se que existiam duas ou mesmo três.
Vilarinho da Castanheira teve o primeiro foral no séc. XIII e o último no séc. XVI. A sua importância manteve-se ao longo dos séculos tendo sido vila, sede de concelho e ultrapassando os 1500 habitantes. Hoje terá pouco mais de 700.
Segui o percurso do ribeiro durante algumas centenas de metros. Para minha surpresa novas ruínas foram surgindo, levando-me a pensar que existiam no local perto de uma dezena de moinhos de água. Encontrei também dois fornos de cozer o pão! Noutra época, no período invernal, devia existir aqui quase uma pequena aldeia, formada pelos moinhos e as habitações onde viviam os moleiros e suas famílias. Consegui mesmo imaginar as crianças a correrem pelos carreiros, as galinhas a debicaram erva tenra e a beberem nas pequenas poças escavadas nas rochas. Nada perturbava os meus pensamentos, mas, um olhar ao relógio, disse-me que estava na hora de seguir para a aldeia. Voltei à estrada (N324), onde tinha deixado o carro.

Continua: À Descoberta de Vilarinho da Castanheira (2/2)
Nota: algumas das fotografias foram tiradas noutras viagens a Vilarinho da Castanheira.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Jornal "O Pombal"

Foi numa prova de BTT, em Vila Flor, que conheci Tiago Baltazar, Director do jornal "O Pombal", publicado pela Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães (ARCPA). Depois de trocarmos algumas palavras a respeito do Blogue À Descoberta de Carrazeda de Ansiães, laçou-me um desafio: Porque não colaborar no jornal?

Foi um desafio que me obrigou a pensar, mas que acabei por aceitar. Apesar de actualmente não viver no concelho de Carrazeda de Ansiães, tenho grande vontade de conhecer cada vez mais e melhor cada uma das freguesias que o constituem. Comprometi-me a colaborar dois em dois meses.
É minha intenção mostrar um pouco da realidade do concelho, sempre sob um ponto de vista muito pessoal. Não sou jornalista, nem pretendo vir a ser, mas aceitar este desafio veio dar mais ânimo à minha vontade de percorrer os recantos mais remotos, bonitos e interessantes.
A primeira colaboração saiu já no jornal do mês de Fevereiro e foi dedicada a Vilarinho da Castanheira, mas outras se seguirão.

terça-feira, 13 de abril de 2010

À Descoberta, no Mogo

Parte da tarde de Domingo passei-a num passeio por Mogo de Malta. Desci a Calçada Medieval, apreciei as campainhas que milagrosamente floriram sobre as fragas e deliciei-me com a paisagem no santuário de Nossa Senhora da Saúde.  Foi já à tardinha, quando o sol situava lá para os lados da Senhora da Graça que deparei com um pinheiro, altivo, desafiando em beleza mas não em idade o Pé-de-Cabrito. Ao longe ainda se avistam algumas casas de Zedes.