terça-feira, 4 de outubro de 2011

1 dia por terras de Ansiães (05)

 Já tinha vontade de passar mais um dia À Descoberta de terras de Ansiães! Arranja-se a mochila com algumas sandes, fruta e água, prepara-se o material fotográfico, apronta-se o caderno de campo, estudam-se alguns dados sobre a freguesia a visitar e "ala... que se faz tarde" (como se diz no planalto Mirandês).
A segunda-feira passada começou bem cedo com uma visita à Biblioteca Municipal em Carrazeda de Ansiães. O objetivo era devolver alguns livros requisitados para as férias, de que dei conhecimento no blogue. Gostei bastante de ler "Como sombras no muro", romance de Gilberto Pinto e Fogo e Lágrimas, livro de poemas de Morais Fernandes. Já aqui tinha falado do livro Fogo e Lágrimas 2, do mesmo autor e senti-me com curiosidade de ler também o primeiro livro, o que aconteceu nas férias de Verão.
Quando cheguei à biblioteca foi surpreendido com muita música e animação. A biblioteca desenvolveu uma série de iniciativas relacionadas com o Dia Mundial da Música (1 de Outubro) e tinha um grupo de idosos do Centro Social e Paroquial de Mogos assistirem a um momento musical. Achei muito interessante a iniciativa e não pude deixar de ficar algum tempo a assistir ao fantástico desempenho musical do senhor Machado, do Castanheiro e de conversar um pouco com os idosos.
 O destino do dia era Pinhal do Norte.
Estes dias de final de verão e início de outono não proporcionam muitos motivos fotográficos mas um olhar atento consegue encontrar muitos momentos que vale a pena registar. O dia estava quente, diria mesmo muito quente. Enquanto descia em direção a Areias foi recordando alguns momentos passados no Amedo. Sou realmente um privilegiado.
As obras do IC5 estão adiantadas e, vistas as coisas de longe, parece estar quase pronta. Quer em Areias, quer junto ao Pinhal do Norte, o movimento era intenso.
Cheguei ao Pinhal pouco antes da hora do almoço. Contrariamente ao que é habitual encontrei bastantes pessoas que passavam ou que estavam sentadas à sombra junto das casas. Estive também nos dois cafés que existem na aldeia.
Como esta era a minha segunda visita, pretendia ver alguns locais específicos e, se possível, falar com algum membro da junta. Por norma faço uma volta completa às aldeias e raramente falo com as pessoas, que são poucas e por vezes desconfiadas. Não foi o que se passou no Pinhal. Conversei com muitas pessoas, principalmente com um grupo de idosos no café do sr. Gonçalves.
 Os lagares cheiravam a mosto e fazia-se a carreja das uvas. A chuva que não cai causa transtornos na agricultura e os campos estão secos. Os trabalhos nas hortas são mínimos e terminadas as vindimas são as chuvas que dão início a um novo ciclo, mas estas tardam em chegar.
Visitei a igreja, a Cruz, várias fontes e lagares. Quase sem dar pela conta adiantou-se a tarde, forçando o regresso a casa.
 Mais do que as fotografias tiradas, o que marcou o dia foram mesmo os momentos de conversa que tive com vários habitantes da aldeia. Foi muito interessante ouvi-los falar da aldeia da sua meninice, das tradições, das alegrias e das necessidades. São imensas e bonitas as histórias de vida que se escondem por detrás de muitos dos rostos que ainda povoam as nossas aldeias.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quando chegam as saudades da terra mãe é este blogue que eu procuro. Aprecio as fotos e os comentários de rodapé.
Obrigada por tudo.
Maria