quinta-feira, 26 de abril de 2012

Trilho da Pala da Moura - 22 de Abril (1.ªParte)

Apresentação do percurso com informações históricas
O passeio pedestre da Pala da Moura, com organização da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, aconteceu no dia 22 de abril em Vilarinho da Castanheira.
O trilho da Pala da Moura desenvolve-se na freguesia de Vilarinho da Castanheira e integra a Rede Municipal de Percursos Pedestres (com o número 5). O interesse do percurso divide-se entre o paisagístico e o cultural, prolongando-se por pouco mais de 10 km com um grau de dificuldade baixo.
Sendo este o terceiro percurso realizado dá para perceber que há um núcleo "duro" de caminheiros que é de presença quase garantida. Por isso, mesmo para mim que não vivo em permanência no concelho, a maior parte dos rostos já me são familiares. Desta vez até tive uma considerável companhia de Vila Flor, de onde nos deslocámos quase duas dezenas de pessoas.
Interior da Igreja Matriz
O percurso feito no dia 22 segue nos pontos principais o marcado como oficial de Pequena Rota, mas teve algumas variações, para o enriquecer em termos de interesse e para o tornar mais curto em termos de distância a percorrer. Contou também com a novidade do almoço ser servido no campo.
Os primeiros caminheiros na rua Dona Urraca
 De todos os eventos este foi o que contou com de participantes mais jovens. Havia crianças, adolescentes e jovens em número considerável. pelo contrário, os idosos, numerosos no Castanheiro, estiveram em menor número aqui. Fiquei com a impressão de que a população do Vilarinho da Castanheira não aderiu em grande número, mas só contam os que estiveram presentes. Eu gostei da sua companhia e aproveitei para saber mais dos locais onde passámos.
Interior da capela de S. Sebastião
A caminhada iniciou-se junto da Igreja Matriz. Este templo é muito grande e e está bem preservado (restaurada em 2008). Os pináculo são vistosos  os altares em talha dourada também. Terá sido construída durante o séc. XVIII e terminada já no séc. XIX, depois de demolida a segunda igreja que estaria situada na zona da cerca do Fidalgo, alguns metros mais abaixo. Mas Vilarinho da Castanheira já era paróquia desde o séc. XIII, devendo ter existindo ainda outro tempo anterior a esse, de que não há nenhum rasto.
Haverá poucas aldeias no concelho, ou talvez nenhuma, que possua tantas capelas como o Vilarinho! Curiosamente Valtorno, já no concelho de Vila Flor mas próximo dali também teve um elevado número de capelas!
Parte das roupinhas do Menino Jesus
O grupo dirigiu-se de seguida para a capela de S. Sebastião pela rua Dona Urraca (que não faz parte do percurso marcado). Em muitas visitas que já fiz à aldeia nunca tinha entrado nesta capela e acabei por visitá-la 2 vezes durante o mês de abril!
Uma curiosidade desta capela foi realçada pela zeladora. Há um busto do Senhor dos Passos que parece olhar diretamente para nós à medida que nos deslocamos ao longo da capela.
Mesa que aguardava os caminheiros para o mata-bicho
Regressámos à Igreja Matriz passando junto ao futuro Museu Rural, que ainda não está terminado, continuando pelo centro da aldeia até à capela de Nossa Senhora do Rosário. Parece-me que está capela é uma pequena maravilha, quer pela talha, quer pelas imagens, quer por alguns objetos que aqui estão guardados. Um deles é o antigo sacrário da capela de S. Sebastião de cujo o altar não resistiu à ânsia de modernidade.
O Sr. Presidente da Câmara que fez questão de estar presente
O que mais gostei nesta capela está na sacristia, uma vitrina com uma imagem do Menino Jesus rodeado por roupinhas pintadas à mão ou bordadas. Veio-me à memória, de imediato, o Menino Jesus da Cartolinha, em Miranda do Douro, que é a principal atração da Sé da cidade. Também existe uma pequena cama, mas não é do mesmo Menino, mas de outro que não está exposto. Senti curiosidade para saber a proveniência das roupas. Disseram-me que era a professora que fazia as roupinhas, mas, pela falta de tempo, não consegui aclarar o assunto. À frente desta capela há um grande a capela do Senhor do Calvário. Como já era o último da caminhada, nem sequer tive tempo de olhar para ela, com muita pena minha.
Acelerei o passo para recuperar o atraso (também atalhei no caminho) e consegui chegar atempadamente ao alto do monte de Nossa Senhora da Assunção. Este é o ponto mais alto do percurso (847 metros de altitude). O dia não estava muito convidativo, mas a paisagem que se avista em redor é admirável, além de proporcionar uma perspetiva da aldeia que, só por si, vale a pena.
Vista parcial e Vilarinho da Castanheira
A capela de Nossa Senhora da Assunção domina a paisagem e também estava aberta. Aliás é de louvar a preocupação da freguesia em proporcionar o acesso a estes locais e até em os prepararem para serem admirados. Esta foi uma das coisas de que me lamentei da caminhada realizada no Castanheiro.
O mata-bicho foi na Casa dos Milagres. Os bolos característicos da Páscoa marcavam presença. Havia também outros bolos, sandes, presunto, fruta e água. A organização esmerou-se nas iguarias e também na sua apresentação, o que também só valoriza o seu trabalho.

Continua em: Trilho da Pala da Moura - 22 de Abril (2.ªParte)


2 comentários:

Susana disse...

Olá Prof. Anibal! Tenho acompanhado o seu trabalho mas nem sempre tenho disponibilidade para felicita-lo pelos seus excelentes registos fotográficos e escritos...mas este referente ao "Percurso da Pala da Moura"não posso deixar de referir que foi um momento diferente carregando do espírito campestre e ecológico! Passamos por lugares que a natureza nos oferece e que se apresentam verdadeiros "Quadros Bucólicos". Foi um dia difente e positivo...até à próxima Descoberta! Susana

Anónimo disse...

Não poderia deixar de agradecer as lindas fotos da minha aldeia, também participei na caminhada e apesar de conhecer todos os locais nunca é demais e na companhia de pessoas tão simpáticas tem outro sabor, gostei de ouvir a srª arqueóloga contar a história dos monumentos um pouco diferente da contada na aldeia mas que não é menos interessante, visite-nos sempre que puder, obrigada e até a próxima caminhada... Gracinda