segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Até ao lavar dos cestos...

Tal como em anos anteriores, este ano também participei na vindima na Casa Dona Urraca, em Vilarinho da Castanheira, no dia 8 de Outubro.
Mais do que trabalho, foi uma manhã bem passada, num ambiente familiar de boa disposição. A colheita não esteve ao nível de anos anteriores, mas dará, certamente, origem a um vinho de qualidade porque feito com carinho e dedicação.
O almoço, devido ao tempo fresco, foi servido no interior da casa.
A Casa Dona Urraca é um espaço preparado para o Agro-Turismo com excelentes condições de alojamento e integrada num espaço rural de rara beleza.
Na quinta envolvente, para além da vinha, há olival, amendoeiras, variadas árvores de fruto e horta.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cada Lar um Sepulcro

É já Sol Posto no velho casario.!
- O silêncio, a dor, a ruína, o vazio!...
Onde a miséria o Sonho transformou
Num grito sepulcral que à fome soou!...
Cada lar, um sepulcro, onde a morte espera
- Fatal realidade, cruel e severa -
Da flor da sorte,
Sem Primavera,
O «nectar» da morte!...
Que a vida só é vida,
Se dá flor,
E se a flor dá pão,
E o sorriso amor!...
Sob velhas telhas, quanto ardor,
Que nasce, vive, e morre só amor!...
E o tic tac da vida
Recorda, da vida pervertida,
Testemunho cruel da realidade,
Que não ouve e não sente,
Que não crê no que se é;
E, no que se é, ela mente!...
Ó esperança, vem, vem pôr
O amor de um beijo, - sem cor, -
Num beijo suave e doce,
Como se ele toda a vida fosse!...

Linhares, Junho de 1994

Poema da autoria de Morais Fernandes, do livro Fogo e Lágrimas 2.
Fotografia: Ola, em Pinhal do Douro.

domingo, 9 de outubro de 2011

Exposição - A Música no Mundo

A Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães tem patente ao público desde o dia 30 de Setembro uma exposição temática denominada A Música no Mundo. A par com um vasto conjunto de instrumentos musicais com origem nas mais variadas partes da terra e alguns livros sobre música e instrumentos,  são também desenvolvidas diversas atividades destinadas a crianças, jovens e idosos. Foi o caso da animação musical que decorreu no dia 3 de Outubro, poucos dias depois de se comemorar o Dia Mundial da Música que teve lugar no dia 1 de Outubro.
A exposição pode ser visitada de segunda a sesta-feira, no horário normal das instituições públicas e ao domingo das 14:30 às 18 horas, até ao dia 14 de Outubro.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

1 dia por terras de Ansiães (05)

 Já tinha vontade de passar mais um dia À Descoberta de terras de Ansiães! Arranja-se a mochila com algumas sandes, fruta e água, prepara-se o material fotográfico, apronta-se o caderno de campo, estudam-se alguns dados sobre a freguesia a visitar e "ala... que se faz tarde" (como se diz no planalto Mirandês).
A segunda-feira passada começou bem cedo com uma visita à Biblioteca Municipal em Carrazeda de Ansiães. O objetivo era devolver alguns livros requisitados para as férias, de que dei conhecimento no blogue. Gostei bastante de ler "Como sombras no muro", romance de Gilberto Pinto e Fogo e Lágrimas, livro de poemas de Morais Fernandes. Já aqui tinha falado do livro Fogo e Lágrimas 2, do mesmo autor e senti-me com curiosidade de ler também o primeiro livro, o que aconteceu nas férias de Verão.
Quando cheguei à biblioteca foi surpreendido com muita música e animação. A biblioteca desenvolveu uma série de iniciativas relacionadas com o Dia Mundial da Música (1 de Outubro) e tinha um grupo de idosos do Centro Social e Paroquial de Mogos assistirem a um momento musical. Achei muito interessante a iniciativa e não pude deixar de ficar algum tempo a assistir ao fantástico desempenho musical do senhor Machado, do Castanheiro e de conversar um pouco com os idosos.
 O destino do dia era Pinhal do Norte.
Estes dias de final de verão e início de outono não proporcionam muitos motivos fotográficos mas um olhar atento consegue encontrar muitos momentos que vale a pena registar. O dia estava quente, diria mesmo muito quente. Enquanto descia em direção a Areias foi recordando alguns momentos passados no Amedo. Sou realmente um privilegiado.
As obras do IC5 estão adiantadas e, vistas as coisas de longe, parece estar quase pronta. Quer em Areias, quer junto ao Pinhal do Norte, o movimento era intenso.
Cheguei ao Pinhal pouco antes da hora do almoço. Contrariamente ao que é habitual encontrei bastantes pessoas que passavam ou que estavam sentadas à sombra junto das casas. Estive também nos dois cafés que existem na aldeia.
Como esta era a minha segunda visita, pretendia ver alguns locais específicos e, se possível, falar com algum membro da junta. Por norma faço uma volta completa às aldeias e raramente falo com as pessoas, que são poucas e por vezes desconfiadas. Não foi o que se passou no Pinhal. Conversei com muitas pessoas, principalmente com um grupo de idosos no café do sr. Gonçalves.
 Os lagares cheiravam a mosto e fazia-se a carreja das uvas. A chuva que não cai causa transtornos na agricultura e os campos estão secos. Os trabalhos nas hortas são mínimos e terminadas as vindimas são as chuvas que dão início a um novo ciclo, mas estas tardam em chegar.
Visitei a igreja, a Cruz, várias fontes e lagares. Quase sem dar pela conta adiantou-se a tarde, forçando o regresso a casa.
 Mais do que as fotografias tiradas, o que marcou o dia foram mesmo os momentos de conversa que tive com vários habitantes da aldeia. Foi muito interessante ouvi-los falar da aldeia da sua meninice, das tradições, das alegrias e das necessidades. São imensas e bonitas as histórias de vida que se escondem por detrás de muitos dos rostos que ainda povoam as nossas aldeias.