quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Jardim da Praça

Jardim da Praça D. Lopo Vaz de Sampaio - Desde que foi ajardinada a Praça D. Lopo Vaz de Sampaio, no centro da vila de Carrazeda de Ansiães, tornou-se num dos seus pontos mais atrativos e bonitos. Foi outrora recinto da feira, ainda da minha lembrança.
Agora é um bonito jardim enriquecido com várias esculturas em granito que integram o Parque Internacional de Escultura em Granito ao Ar Livre. As esculturas têm por título "As Nossas Mesas" e são da autoria do holandês Mark Brusse.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fel-da-terra

Fel-da-terra (Centaurium erythraea)
Descrição : Da família das Gencianáceas, também conhecida como centáurea-menor, erva-da-febre, erva-do-centauro, palnta-de-febre, erva-Febrífuga, erva-de-quiron, quebra-febre. É uma erva pequena, anual. O caule é duro, quadrangular e bastante distinto e varia aproximadamente entre 7 à 30 centímetros de atura. A raiz e fibrosa e celulosa; Folhas opostas, ovais, sésseis, acuminadas, inteiras, verde claras; Flores de cores rosa claro a vermelhas e providas de brácteas. O fruto é uma cápsula alongada; A planta cresce bem em terrenos abertos pantanosos e também em áreas secas como dunas. O genera Centarium contêm aproximadamente 40 espécies (anuais ou bienais) que podem variar de acordo com a área e o tamanho..
Partes utilizadas: A planta inteira.
Habitat: É nativa da Europa e naturalizada nas Américas.
Propriedades : Tónico estomacal, colerético, hipoglicemiante, laxante, febrífuga e cicatrizante.
Indicações: Combate úlceras, feridas, eczemas e chagas. Reduz o nível de glicose no sangue
Fotografia conseguida em Belver.

Fonte do texto

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Capela de S. Pedro - Parambos

S. Pedro tem direito a uma capela situada no lugar com o mesmo nome - S. Pedro, na freguesia de Parambos.
Existiu aqui em tempos um enorme negrilho, junto à capela e era um espaço privilegiado de encontro e festa da aldeia.
O que mais me chamou à atenção foi o bem cuidado jardim, repleto de lírios em flor, com flores coloridas de várias cores.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Recordar 2011

Estas duas imagens ficaram por aqui perdidas no computador. São de um evento que teve lugar no dia 25 e 26 de junho de 2011, chamado Ansiães na Idade Média.
Este ano realizou-se um evento dentro do mesmo formato, De Ansiães para Carrazeda de Ansiães, de também falei no Blogue.
São acontecimentos muito interessantes, que é sempre bom recordar.

domingo, 16 de junho de 2013

Trilho Ponte das Olgas - Pereiros

 No dia 9 de Junho realizou-se em Pereiros aquele que parece ser o último Passeio Pedestre organizado pela Câmara Municipal antes do Verão. Num fim de semana cheia o de atividades, um pouco por todo o lado, consegui reservar o domingo para participar nesta caminhada.
Em vez de Trilho da Ponte das Olgas, devia chama-se, por terras dos Hospitalários, uma vez que, historicamente, Pereiros pertenceu ao extinto concelho de Freixiel, da Ordem de Malta.
A situação geográfica de Pereiros talvez só se possa comparar com Pinhal do Douro, ou Coleja, num grande isolamento.  Não admira que seja desconhecida para grande parte das pessoas do concelho.
A minha avó materna era de Pereiros e, na minha meninice e adolescência, mantive uma grande proximidade com esta aldeia. Tenho em Pereiros alguns familiares e também muitos amigos.
A concentração aconteceu junto à igreja Matriz. O autocarro da Câmara fez algumas viagens desde a sede de concelho, não sei quantas, porque optei por ir em carro próprio até Pereiros, para desta forma poder ter mais mobilidade para o resto do dia.
O pequeno almoço foi servido no adro da igreja (ainda bem que não estava lá o chefe dos escutas, caso contrário éramos todos hereges). Muita comida e variada! Pela primeira vez vi uma clara amostra nos produtos da terra e também em sumos e laticínios (havia muitos iogurtes de beber!).
Também foi muito boa ideia ter a igreja aberta. É o monumento mais significativo de Pereiros e, tal como eu, muita gente aproveitou para a visitar, alguns por turismo, outros para rezarem.
 A Srª arqueóloga fez uma resenha do património arqueológico da aldeia, nomeadamente o Castelo, a igreja e a Ponte das Olgas. A vontade partir é grande, e mau foi dada a ordem, foi um regalo vê-los partir.
Logo na aldeia fiquei para o fim do pelotão e assim me mantive até ao final. Fui acompanhado por um filho e por um colega e seguimos os três durante todo o percurso.
A única parte do percurso que não conhecia era a descida até à ribeira da Cabreira. Gostei. Como vou sempre com atenção à flora encontrei uma área cheia de malmequeres selvagens! Não são muito frequentes e apenas os conhecida no pé-de-cabrito, não muito longe dali. Na linha encontrei mais uma espécie pouco frequente, fetos. São gigantes e só os tinha visto nas imediações do Cachão.
A caminhada teve mais de centena e meia de participantes. Para além dos habituais (registei a falta de alguns), havia muitas caras novas e, muita juventude, o que me deixou feliz. Não sei porque mas notou-se um ambiente diferente, para melhor.
A parte da linha do Tua que percorremos é bastante bonita. Não havia gente com muita pressa e fizemos paragens frequentes. As flores de maio já tinham desaparecido, foi pena, mas o rio oferecia beleza suficiente para uma excelente caminhada.
A subida de estação de Codeçais até à aldeia também já era minha conhecida. Espera chegar à aldeia e ainda explorar algumas ruelas, porque a acho muito fotogénica. Quando cheguei perto da capela muitas pessoas já estavam a comer a sobremesa! Foi a primeira vez que tal coisa aconteceu! Fica como uma nota negativa desta caminhada. Depois de mim ainda chegaram algumas dezenas de pessoas. Não achei correto que comessem sem chegar toda a gente. Assim como não foi nada bom que se acabasse o vinho. Felizmente em Codeçais não falta bom vinho.
 Apesar destes contratempos não comecei a comer sem visitar a capela.  Para comer tinha tempo, mas nunca tinha encontrado a capela aberta. O espaço é muito bonito. O altar lateral do lado direito tem cores e desenhos muito pouco habituais. Parece uma obra da das civilizações antigas da América! Seria interessante saber a história daquele altar.
O almoço foi um pouco desordenado. As pessoas circulavam de um lado para o outro, de dentro do espaço coberto para o exterior. Comi junto a um grupo de pessoas de Beira Grande, gente bem disposta. O almoço estava muito bom, desde a sopa ao porco no espeto. Não cheguei a provar as sardinhas.
Terminei a refeição um pouco azedo porque a conversa com alguns responsáveis pelo concelho resvalou para a Linha do Tua. Os políticos têm a condão de me fazerem perder a paciência facilmente. É que, felizmente, a minha memória não é tão curta quanto a deles.
Regressei a Pereiros de autocarro. O meu carro estava no recreio da escola. Ainda houve tempo para falar com algumas pessoas e tirar mais algumas fotografias à aldeia.
Foi uma manhã bem passada, em companhia de muitos amigos, numa paisagem já bem conhecida.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

De Ansiães para Carrazeda de Ansiães

O Município de Carrazeda de Ansiães realizou nos dias 24 e 25 de Maio um conjunto de recriações históricas a que deu o nome De Ansiães para Carrazeda de Ansiães. Estas recriações iniciaram-se em 2009, em substituição de um festival de música medieval que se vinha realizando já há alguns anos (pelo menos 6 anos).
 A denominação "Ansiães na Idade Média" foi abandonada e tudo levava a crer que este ano já não se realizaria. A uma semana de se realizar apareceu a informação e no dia seguinte o programa. Não sei se foram as dificuldades financeiras, se a sobre carga de atividades, certo é que foi noticiado tarde e a más horas e nem sequer teve direito a um domingo. Se a adesão da população já não é muita ao fim de semana, não seria de esperar que melhorasse com a sua realização à sexta!
O objetivo  é dar a conhecer a história do concelho às populações, bem pouco ambicioso, uma vez que não parece querer atrair pessoas, dinamizar o comércio e, quem sabe, o turismo.
No dia 24, sexta, as atividades desenvolver-se junto à biblioteca municipal. e pelourinho. O cortejo deu uma volta pelas principais ruas da vila, mas poucas pessoas optaram por segui-lo.
Já em anos anteriores achei um desperdício o investimento, devido há falta de público, este ano a situação ainda ainda era mais gritante. Se havia 30 figurantes no cortejo, os assistentes deveriam ser um terço deste número.
Verifiquei que havia um pequeno grupo de idosos! Aí está uma boa ideia! Porque não deslocar os idosos do concelho a algumas representações? É uma questão de organização. O envolvimento dos alunos do Agrupamento de Escolas não sei se existiu, mas a Escola Profissional sim, e muito bem, como habitualmente.
 Este ano os "feirantes" eram poucos e as tasquinhas também. Não há forma de ocupar as pessoas, no espaço escolhido, tornando-se aborrecido ocupar o tempo.
Não estava no programa mas ouve uma exibição de falcões, bastante interessante.
Perdi os espetáculos da noite, por isso não posso dizer que houve ou não uma boa afluência de público, lembro-me é que esteve uma noite muito fria.
No Sábado um dos momentos mais importantes desenvolveu-se no Castelo de Ansiães. A peça teatral retratou os últimos momentos do concelho de Ansiães que ocorreu em 1734, quando se deu a transferência dos Paços do Concelho para Carrazeda de Ansiães. Estava presente bastante público e foi bastante interessante. Foi também uma boa oportunidade de visitar o castelo após a limpeza que de que foi alvo.
De volta à parte velha da vila de Carrazeda da Ansiães desenvolveram-se mais algumas representações.
Os estudantes de origem africana da escola profissional fizeram uma bonita demonstração de músicas e danças dos seus países de origem, dando um colorido e ritmo diferentes à festa.
Tudo terminou perto das vinte horas com a condenação à morte de um escritor judeu.
Embora as encenações estivessem a cargo da fantástica Viv'Arte todos os atores eram bastante jovens, alguns ainda adolescentes. Isso não desvaloriza o trabalho que fizeram, antes pelo contrário. Apostaram sobretudo em cenas cómicas, brejeiras, com muita alegria e graça.
Na animação musical estiveram Mirandum, Al Medievo e Troubadouros. Gostei particularmente deste último grupo, muito comedidos mas com uma sonoridade que gostaria de acompanhar. Espero voltar a ouvi-los.
Em suma: eu gostei de ver, mas o nível esteve muito longe do que aconteceu em 2011, por exemplo. É bom que estes acontecimentos se mantenham, que haja envolvimento da comunidade local, como vi em Torre de Moncorvo há bem pouco tempo atrás e que seja possível atrair pessoas de fora do concelho, para que venham cá comer, beber e dormir. Para isso é necessária a devida promoção e divulgação, coisa que não aconteceu. 

domingo, 9 de junho de 2013

Carrazeda de Ansiães - Caminhada Solidária

 A Junta de Freguesia de Carrazeda de Ansiães e a Liga Portuguesa Contra o Cancro organizaram no dia 19 de Maio, em Carrazeda de Ansiães, uma Caminhada Solidária. Dos 5€ da inscrição, 3 revertiam diretamente para a Liga e os participantes tiveram direito a um reforço, durante a manhã, a o almoço e ao seguro. A adesão foi maior do que o esperado, porque a prometida T-shirt não chegou para todos!
As caminhadas são um sucesso no concelho e, portanto, não seria de esperar outra coisa senão uma grande adesão. Para incentivar a participação havia ainda alguns atrativos extra: o termo de Carrazeda de Ansiães é bastante plano, pelo que seria de esperar uma caminhada fácil; ao almoço haveria porco no espeto, não é que tenha alguma coisa contra o dito animal, mas costuma atrair alguns apreciadores; tratava-se de uma caminhada solidária e por isso seria de esperar que atraísse pessoas que habitualmente não participam neste tipo de eventos. Isso verificou-se, havendo pessoas que se inscreveram e só participaram no almoço.
Como já disse a adesão foi grande, a rondar as 200 pessoas. A receção foi um pouco demorada, mas isso não veio a atrasar a caminhada porque o percurso era fácil e curto. A prevista subida à capelinha de Nossa Senhora da Graça, mesmo só para aqueles que o desejassem, acabou por ser retirada.
 Para os mais assíduos o traçado não trouxe muita novidade, já era conhecido de caminhadas anteriores. Diria até que não houve a preocupação de inovar ou criar mais interesse no percurso. Isso verificou-se na vila, com uma rápida passagem junto à Fonte das Sereias e continuou com a visita já habitual às macieiras perto da Barragem de Fontelonga, com regresso ao Moinho do Vento.
Apreciei a parte do percurso entre o Moinho do Vento e Samorinha. Apesar de ser muito curto, não o conhecia. Pela negativa impressionou-me a passagem perto da zona industrial numa autêntica lixeira, coisa para envergonhar todos os fregueses. Ao que me disseram o local já está no termo do Amedo, mas não acredito que sejam os habitantes do Amedo que ali venham depositar todo aquele  lixo.
Apesar do local ter sido limpo há pouco tempo, bastou menos de um ano para ficar num miserável estado. Não mostro as fotografias porque me envergonho. Se o problema não se consegue resolver a bem, pode ser resolvido a mal. A GNR tem um grupo que trata destes crimes e as coimas não são nada "amigáveis".
Chegámos ao final, o Parque de Escuteiros, muito cedo, ainda o porco estava a ganhar cor.
O tempo estava instável, e pouco agradável, mas a espera serviu para que mais gente se juntasse ao grupo, para fazermos um grande almoço.
Além do porco no espeto havia sardinha assada, pão, caldo verde, salada e fruta. Claro que a água e o vinho não faltaram (e também cerveja).
Já depois do almoço começar a ser servido começou a chover. Algumas pessoas procuraram abrigo na capela o que não deixou muito contentes alguns dirigentes dos escuteiros.
 Apesar do final inesperado, por causa da chuva, foi muito agradável participar em mais esta caminhada.
Não houve lindas paisagens nem sítios arqueológicos, mas houve bonitos caminhos, ladeados de flores e boa companhia para conversar durante todo o caminho.

sábado, 8 de junho de 2013

De Brunheda ao Tua, a pé

Já decorreu algum tempo desde que fiz a última caminhada na Linda do Tua, embora por lá tenha passado por diversas vezes, nalgumas iniciativas. Mas percorrer a linha, focando toda a atenção no vale do Tua, na linha e no rio, é uma experiência que não me canso de repetir.
O desafio partiu de um amigo de longa data, defensor da Linha do Tua e entusiasta da fotografia. Foi alargado a um grupo de pessoas, mas por questões de agenda, de logística ou outras, acabámos por ser apenas 3 a aventurarmo-nos nesta caminhada de cerca de 20 km.
Caminhar foi uma das componentes, porque houve tempo para muita conversa, muita curiosidade sobre aspetos relacionados com a linha e outras estruturas por onde passámos e muitas fotografias, paixão comum aos três caminheiros.
A caminhada teve início junto à estação de Brunheda, ainda bastante cedo. O céu estava muito nublado com algumas abertas, muito pouco convidativo à fotografia, mas há sempre desafios que utilizar a pouca luz existente.
 A primeira curiosidade, já por mim verificada na estação de Abreiro, é a de que alguma tipo de estrutura se tem deslocado sobre os carris. Tivemos alguma atenção e os carris são usados até muito próximo de S. Lourenço. Aí há um desvio há uma rocha na linha, originada numa queda, e o que quer que tenha circulado teve que voltar para trás.
A estação de S. Lourenço foi vandalizada. Já passei várias vezes por lá e estava sempre fechada, mas desta vez estava aberta. Este edifício é de construção recente e nunca despertou a mínima curiosidade. Desta vez entrámos, para ver os estragos. Foram roubados lavatórios, sanitas e portas, pouco mais havia para roubar.
Após S. Lourenço a paisagem é de puro maravilhamento (se é que a palavra existe). Perder-se a ligação com a "civilização", saber que não há hipótese de desistir e que o único caminho é seguir em frente, dá oportunidade de  olhar todo o espaço em redor de uma forma única. A companhia do barulho das águas, a agressividade da escarpa rochosa, a beleza natural com que esta época do ano veste cada centímetro de terra onde as raízes se podem fixar.
Para completar esta paisagem poética surge a aldeia do Amieiro. Vista da outra margem, é difícil imaginá-la com ruas estreitas, íngremes, cheia de casas humildes e e de gente idosa. Vista da linha não é mais de que um aglomerado de casas carinhosamente colocados na encosta, tal qual como colocamos a cabana e os pastores no musgo do presépio. É isso que o Amieiro é, um presépio.
O rio percorre um caminho cada vez mais agreste, visível nas escarpas rochosas que limitam e  orientam o seu caminho há milhares de anos.
Junto ao Castanheiro paramos para almoçarmos. Uma forte chuvada obrigou-nos a esperar alguns minutos (poucos), antes de descermos à bonita praia de areia branca que está próxima desta estação. Confesso que nunca tinha descido ao rio! Sempre que por ali passei a vontade de continuar foi mais forte do que a de descer ao rio e explorar a bonita praia e o conjunto de azenhas que ali deve ter existido. A companhia e o fato de  estarmos sem qualquer necessidade de cumprirmos horários fez com que esta fosse um boa oportunidade de conhecer esta pequena praia.
Pude verificar que o mexilhão que habitualmente apanho rio Sabor também existe no Tua. As conchas bivalves que encontrámos indiciam que são de um tamanho considerável.
Pouco tempo depois chegámos a Tralhariz. A paisagem continua  a ser magnífica não fosse o facto de já se avistar na outra margem o aterro retirado das obras da barragem. A  magia perdeu-se, nem a doses laranjas roubada, num terreno abandonado têm o mesmo sabor. A atrocidade que estão a fazer com a construção da barragem é de uma crueldade que dói.
Ao quilómetro 3 somos obrigados a abandonar a linha. É perigoso e proibido continuar. A linha já não existe, o rio já não existe. Ambos foram dominados, humilhados, desviados do seu caminho.
Subir até à aldeia de Fiolhal, não é fácil. Apesar de ser uma pessoa habituada a andar e do dia não estar especialmente quente foram precisas algumas paragens para chegarmos perto da aldeia.
Aproveitámos para procurar alguns pontos estratégicos para observar as obras da barragem. O sentimento dominante não era de resignação, mas sim de revolta. É difícil aceitar os argumentos do desenvolvimentos, da reserva de água, da beleza que o vale pode vir a ter ou da energia que poderá produzir. Não somos "turistas", esta é a nossa terra, este é um património que nos estão a tirar sem hipótese de vislumbrarmos benefícios, além dos evidente para a EDP.
A destruição já é muita, mas nada que fosse impeditivo de parar definitivamente as obras. Aos defensores da teoria de que agora já não vale a pena parar as obras porque o mal já está feio, só me apetece perguntar: aceitariam casas uma filha com alguém que a violou? O mal já foi feito.
Já tínhamos um carro em Fiolhal, deixado lá às primeiras horas do dia. Gostaríamos de ter  continuado pela linha até Foz-Tua, mas não nos restou outra alternativa senão a de descermos pela estrada.
Já em Foz-Tua fomos até à ponte rodoviária sobre o Tua. A paisagem em redor é desoladora. Muitos pescadores enfrentam o perigo e continuam a pescar na zona das obras.
Num restaurante da aldeia constatámos que os benefícios de ter muitos clientes das obras, sobretudo a mão de obra mais qualificada e com salários mais altos, não resulta num encaixe que permita a satisfação. Servir bem, produtos de qualidade, incluir entradas e vinho de marca, e cobrar 6€ por refeição, é caso para dizer, mais valia estar parado.
Esta fotografia já foi tirada há algum tempo atrás
Chegámos ao fim da nossa viagem satisfeitos. Tivemos pena que não houvesse mais gente para nos acompanhar, mas, se calhar, não podíamos ter feito o percurso como o fizemos.
Estou com esperança que esta não seja a minha última viagem no vale do Tua. Não porque acredite que os responsáveis políticos deste país ganhem juízo, nem os autarcas aqui ao lado o têm (o capital domina a nossa existência), mas porque não aceito despedir-me tão rápido desta paisagem única, uma das maiores riqueza da nossa região.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Rota das Maias 2013

 A Rota das Maias, passeio pedestre organizado pela Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães (ARCPA), teve lugar no dia 12 de Maio.
A já conhecida forma de receber desta Associação, da respetiva aldeia e os maravilhosos percursos possíveis nas encostas do rio Tua, levaram mais uma vez quase centena e meia de participantes a concentrarem-se junto à sede da Associação bem cedo ainda. Muitos dos participantes foram transportados de Carrazeda de Ansiães, de autocarro para Castanheiro. Foi necessário  deslocar também para Castanheiro as pessoas que se encontravam em Pombal, uma vez que o início do percurso e o pequeno almoço estavam marcados para essa aldeia. Esta deslocação foi bastante demorada, uma vez que apenas só foi disponibilizado um autocarro, o que atrasou todo o evento.
O pequeno almoço foi servido na Junta de Freguesia de Castanheiro. Mesas bem recheadas esperavam os participantes já um pouco inquietos.
Há medida que o grupo de caminheiros tem vindo a aumentar, notam-se formas diferentes de encarar estas caminhadas ou passeios. Há pessoas que só pensam em chegar ao final! Para mim é a caminhada que conta e esta tem que ser aproveitada. Aproveitada para apreciar a paisagem, para ver e conversar sobre a fauna e a flora, monumentos e sítios de interesse, se ou houver, conhecer e conversar com outros participantes, já amigos ou desconhecidos. Julgo que esta Rota das Maias encheu bem as minhas "medidas", uma vez que não me preocupei nada com o caminho e cheguei ao final integrado no último grupo de pessoas.
A descida de Castanheiro até a estação da linha do Tua com o mesmo nome foi bastante acelerada. A paisagem é fantástica e as maias começaram a aparecer logo nos primeiros metros do percurso. Em cada curva do caminho se tem uma visão diferente do agreste vale e as touças de castanho dão um sombreado e uma frescura agradável a alguns troços do caminho. A descida é de grande declive e pode ser perigosa se não houver algum cuidado.
Atingida a linha não havia necessidade de mais marcações. O traçado seria pela linha até se atingir S. Lourenço, onde estaria mais uma vez o autocarro para nos transportar para a aldeia de Pombal.
Já tinha saudades da Linha, e foi com muita satisfação que pisei mais uma vez as travessas.
A paisagem é bem conhecida minha e sei de cor cada rocha, cada curva, cada canteiro de flores selvagens que crescem na escarpa rochosas.
Aprecio muito a passagem por Santa Luzia e pelo Amieiro. O isolamento da aldeia e a forma como que aninha na encosta surpreenderem sempre quem por ali passa pela primeira vez. Mas todos os que voltam a passar, nunca se cansam de fotografar aquele presépio que parece parado no tempo, onde não se ouvem nem pessoas nem animais, apenas as pareces e os telhados das casas estão a marcar a presença humana, uma vez que os terrenos de cultivo em redor não chamam à atenção de tão camuflados que se encontram na paisagem.
As pernas e os pés dos menos habituados nas caminhadas começaram a fraquejar. Fomos ficando para trás para incentivar e ajudar alguém que precisasse.
Os últimos quilómetros na linha foram feitos muito lentamente, já com bastante calor.  Finalmente avistou-se a estação de S. Lourenço, onde já não havia ninguém, uma vez que o autocarro já tinha feito várias viagens à aldeia.
Aproveitei alguns momentos de espera para "provocar" um grupo de pescadores que se encontravam junto às termas a almoçar. Ganhei um copo de vinho e o privilégio de provar do seu almoço. Acreditem que a carne assada estava uma delícia! Obrigado, amigos. A pesca também é uma boa atividade para juntar pessoas e aquele grupo era um bom exemplo. Apesar de serem de vários lugares, até de concelhos diferentes, deslocam-se com frequência ao rio Tua para pescarem e para conviverem. Um deles dedicava-se exclusivamente ao almoço!
Chegou o autocarro e o último grupo tomou-o para Pombal.
Às duas da tarde começaram a entrar as primeiras pessoas para o salão da ARCPA. Para almoçar o grupo era ainda maior e o salão ficou cheio.
O prato principal foi arroz à Valenciana , acompanhado de salada e boa pinga (alguma da produção da terra, outra da zona dos vinhos verdes). O almoço com toda a gente sentada acaba por ter as suas vantagens, como o repouso e a calma para a conversa. Acaba por se conviver menos, porque estamos sempre juntos das mesmas pessoas. Há pessoas que desde há mais de um ano não perderam uma caminhada! Já devem ser perto de 20 caminhadas e passeios. Já se criou um verdadeiro espírito de grupo, sempre com boa disposição.
O evento terminou com um café no bar da Associação.
Foram pouco mais de 11 km percorridos, de forma agradável. O pequeno almoço e o almoço também estiveram ao nível que a Associação já nos habituou e é sempre agradável rever os amigos e voltar à aldeia de Pombal.