A Rota das Maias, passeio pedestre organizado pela Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães (ARCPA), teve lugar no dia 12 de Maio.
A já conhecida forma de receber desta Associação, da respetiva aldeia e os maravilhosos percursos possíveis nas encostas do rio Tua, levaram mais uma vez quase centena e meia de participantes a concentrarem-se junto à sede da Associação bem cedo ainda. Muitos dos participantes foram transportados de Carrazeda de Ansiães, de autocarro para Castanheiro. Foi necessário deslocar também para Castanheiro as pessoas que se encontravam em Pombal, uma vez que o início do percurso e o pequeno almoço estavam marcados para essa aldeia. Esta deslocação foi bastante demorada, uma vez que apenas só foi disponibilizado um autocarro, o que atrasou todo o evento.
O pequeno almoço foi servido na Junta de Freguesia de Castanheiro. Mesas bem recheadas esperavam os participantes já um pouco inquietos.
Há medida que o grupo de caminheiros tem vindo a aumentar, notam-se formas diferentes de encarar estas caminhadas ou passeios. Há pessoas que só pensam em chegar ao final! Para mim é a caminhada que conta e esta tem que ser aproveitada. Aproveitada para apreciar a paisagem, para ver e conversar sobre a fauna e a flora, monumentos e sítios de interesse, se ou houver, conhecer e conversar com outros participantes, já amigos ou desconhecidos. Julgo que esta Rota das Maias encheu bem as minhas "medidas", uma vez que não me preocupei nada com o caminho e cheguei ao final integrado no último grupo de pessoas.
A descida de Castanheiro até a estação da linha do Tua com o mesmo nome foi bastante acelerada. A paisagem é fantástica e as maias começaram a aparecer logo nos primeiros metros do percurso. Em cada curva do caminho se tem uma visão diferente do agreste vale e as touças de castanho dão um sombreado e uma frescura agradável a alguns troços do caminho. A descida é de grande declive e pode ser perigosa se não houver algum cuidado.
Atingida a linha não havia necessidade de mais marcações. O traçado seria pela linha até se atingir S. Lourenço, onde estaria mais uma vez o autocarro para nos transportar para a aldeia de Pombal.
Já tinha saudades da Linha, e foi com muita satisfação que pisei mais uma vez as travessas.
A paisagem é bem conhecida minha e sei de cor cada rocha, cada curva, cada canteiro de flores selvagens que crescem na escarpa rochosas.
Aprecio muito a passagem por Santa Luzia e pelo Amieiro. O isolamento da aldeia e a forma como que aninha na encosta surpreenderem sempre quem por ali passa pela primeira vez. Mas todos os que voltam a passar, nunca se cansam de fotografar aquele presépio que parece parado no tempo, onde não se ouvem nem pessoas nem animais, apenas as pareces e os telhados das casas estão a marcar a presença humana, uma vez que os terrenos de cultivo em redor não chamam à atenção de tão camuflados que se encontram na paisagem.
As pernas e os pés dos menos habituados nas caminhadas começaram a fraquejar. Fomos ficando para trás para incentivar e ajudar alguém que precisasse.
Os últimos quilómetros na linha foram feitos muito lentamente, já com bastante calor. Finalmente avistou-se a estação de S. Lourenço, onde já não havia ninguém, uma vez que o autocarro já tinha feito várias viagens à aldeia.
Aproveitei alguns momentos de espera para "provocar" um grupo de pescadores que se encontravam junto às termas a almoçar. Ganhei um copo de vinho e o privilégio de provar do seu almoço. Acreditem que a carne assada estava uma delícia! Obrigado, amigos. A pesca também é uma boa atividade para juntar pessoas e aquele grupo era um bom exemplo. Apesar de serem de vários lugares, até de concelhos diferentes, deslocam-se com frequência ao rio Tua para pescarem e para conviverem. Um deles dedicava-se exclusivamente ao almoço!
Chegou o autocarro e o último grupo tomou-o para Pombal.
Às duas da tarde começaram a entrar as primeiras pessoas para o salão da ARCPA. Para almoçar o grupo era ainda maior e o salão ficou cheio.
O prato principal foi arroz à Valenciana , acompanhado de salada e boa pinga (alguma da produção da terra, outra da zona dos vinhos verdes). O almoço com toda a gente sentada acaba por ter as suas vantagens, como o repouso e a calma para a conversa. Acaba por se conviver menos, porque estamos sempre juntos das mesmas pessoas. Há pessoas que desde há mais de um ano não perderam uma caminhada! Já devem ser perto de 20 caminhadas e passeios. Já se criou um verdadeiro espírito de grupo, sempre com boa disposição.
O evento terminou com um café no bar da Associação.
Foram pouco mais de 11 km percorridos, de forma agradável. O pequeno almoço e o almoço também estiveram ao nível que a Associação já nos habituou e é sempre agradável rever os amigos e voltar à aldeia de Pombal.
Sem comentários:
Enviar um comentário