quarta-feira, 27 de junho de 2012

Inauguração do Moinho de Vento

 No dia 17 de Junho Carrazeda de Ansiães pode assistir à invulgar visão do seu moinho de vento a girar. Depois de um processo de aquisição e recuperação, com um orçamento de 97 mil euros (financiado em 50% por fundos comunitários) a inauguração aconteceu finalmente.
Às 17 horas foi inaugurada a exposição de pintura Moinhos de Vento, de António Santos Silva. Este pintor, natural de Castro (Valpaços), foi emigrante em França dedicando-se atualmente à pintura e restauro de imóveis.
A exposição integra 16 telas sobre a temática dos moinhos de vento. Além de moinhos há telas que mostram moleiros e mais pormenores da engrenagem.
A exposição vai estar patente na Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães entre os dias 17 de Junho e 20 de Julho.
Depois da inauguração oficial e do Porto de hora a comitiva dirigiu-se para o moinho de vento onde já havia algumas centenas de pessoas para assistirem a inauguração.
O moinho de vento de Carrazeda é um dos 3 que existiram no concelho: um em Carrazeda, outro em Mogo de Malta e o terceiro em Vilarinho da Castanheira. A juntar a este conjunto, há ruínas de mais dois moinhos de vento em Lousa, no concelho de Torre de Moncorvo.
Este moinho foi construido em 1900 e funcionou cerca de 10 anos. Desde então para cá foi-se degradando tendo a maior parte das pessoas apenas memória das ruínas.
O edil de Carrazeda apostou na recuperação desta estrutura de forma a criar  uma rede de elementos culturais como o castelo de Ansiães, os moinhos de água de Vilarinho da Castanheira, tendo em vista a atração de mais visitantes ao concelho.
A recuperação foi levada a cabo por construtores e obreiros da região, sendo necessário um processo de investigação, quer a nível do pessoal técnico da autarquia, quer dos trabalhadores, por forma a concluir com êxito a tarefa.
Por sorte, e mercê da estudada implementação do moinho, o tempo esteve favorável e o vento soprou com força, mais do que suficiente, chegando a ser necessário refrear, pelo mecanismo adequado, a velocidade de rotação do engenho. Quanto mais velocidade a vela adquiria mais os olhos das pessoas se enchiam de admiração, pois não é uma coisa a que estejam habituados.
Existe no local uma placa explicativa sobre moinhos de vento, com a tipologia e a cronologia deste monumento. É bastante educativa porque apresenta também a constituição dos moinhos de vento. Esta informação está disponível num desdobrável que foi distribuído no local e que, certamente os serviços do Turismo disponibilizaram a quem desejar..
As visitas ao moinho de vento de Carrazeda de Ansiães podem ser efetuadas através de marcação no GAM – Gabinete de Apoio ao Munícipe ou pelos números de telefone 278 610 200 ou 913875116.
Não fazendo parte do programa oficial, mas também com bastante adesão foi a  confeção de um porco no espeto e a sua distribuição à população de forma gratuita.
Este convívio gastronómico iniciou-se bastante cedo. Antes das 3 da tarde já o bicho apresentava a assadura necessária para serem cortadas as primeiras lascas. O pão e o vinho chegaram logo a seguir e, apesar das muitas pessoas que por ali passaram e que saborearam o petisco, às 20 horas ainda sobrava uma boa quantidade de carne e alguns garrafões de vinho.
Ao que consegui apurar o porco no espeto foi oferecido pela empresa Construções Armando Matos, Unip., Lda de Paradela, freguesia de Pombal.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

II Passeio Pedestre - Parambos

A Comissão de Festas de S Bartolomeu, em Parambos, organizou no dia 17 de Junho um passeio pedestre.
No corrente ano têm havido uma adesão invulgar à realização destes eventos, com reflexos muito positivos na adesão das pessoas, mas Parambos  já não é pioneira na organização destas eventos, em que já tive o prazer de participar anteriormente. Talvez a novidade este ano tenha sido a maior abertura a pessoas de fora da aldeia, uma vez que as gentes de Parambos já estão "habituadas" e aderem com muita facilidade e entusiasmo.
 A concentração aconteceu na sede do Sporting Clube de Parambos às 7 e meia da manhã. Sabemos a (má) fama que temos no cumprimento de horários, mas tem vantagem chegar cedo; apreciar (mas não comer) o farto pequeno almoço que já estava a ser preparado. Tivemos também tempo para uma visita guiada ao "covil" do leão, agradeço ao amigo Helder Seixas.
Quando o grupo se compôs, atacámos o pequeno almoço, e desta vez não foi só com a objetiva. Havia de tudo o que faz esquecer o regime, mas, talvez a maior parte destes caminheiros estejam pouco interessados no regime, ou então muito preocupados com o "combustível" para os quilómetros, porque o pequeno almoço foi substancial.
Depois de "merenda comida" é difícil segurar o grupo.
Fomos à rua dos Quinteiros ver "o Parambos", um deles, porque o outro está no fontanário. A primeira paragem foi na igreja matriz, com direito a uma bem preparada resenha história por parte da Srª. Dr.ª arqueóloga do Município.
Não tinha memória do interior da igreja, mas fiquei impressionado, quer pela talha dos altares (infelizmente bastante deteriorada), quer pelas pinturas dos caixotes do teto da nave da igreja. É um monumento que merece ser admirado com mais calma e, de certeza, que voltarei a visitá-lo.
Não fazia ideia do traçado do percurso nem da sua extensão, por isso, apenas me deixei levar pelo grupo. Tinha alguma esperança de admirar as encostas do Tua, Castanheiro, Ribalonga, etc. mas quando se organizam várias caminhadas, há a preocupação de não repetir os percursos anteriores e essas paisagens fizeram parte das primeiras edições. O importante é seguir com os sentidos bem desperto e, para mim, que gosto, com o dedo no "gatilho".
As marcações estavam bem feitas, não no final do percurso, onde os mais fatigados atalharam, porque conheciam os caminhos. Mas não há mal nenhum nisso, não há prémios e todas as pessoas estão ali para se divertirem.
Pouco tempo depois voltámos a Parambos, junto à capela de S. Pedro, para depois visitarmos um dos mais conhecidos conjunto de gravuras rupestres do concelho, a Fonte de Seixas. Esta designação é a oficial, consta nos guias do concelho e nas cartas militares, mas as designações Murancho e, sobretudo Castareja são bastante interessantes. É evidente a relação que existe entre Castareja e castreja ou de castro, o que relaciona as gravuras com um povoado anterior a Parambos, muito antes da história das formigas.
Houve uma abordagem histórica às gravuras, por parte da especialista e a oportunidade de repor as reservas de água e morder uma doce maçã.
Depois da partida da Fonte de Seixas o grupo foi-se fragmentando. Estava um dia muito quente, havia pessoas com mais idade, crianças, nem todos conseguiam seguir ao mesmo ritmo. Também eu me fui distanciando, mais absorvido pelas cores da natureza, do que pelos companheiros de caminhada.
Atravessámos a ribeira do Ribeiral e seguimos por entre árvores de fruta até em direção a Arnal. Cheguei a pensar que subiríamos à Nª Sª da Paixão, mas houve mais uma mudança de direção e fomos para Misquel. Contornámos a aldeia por nascente, entrando nela junto à capela do Divino Espírito Santo. Ninguém se lembrou, mas seria interessante tê-la aberto para apreciarmos a remodelação verificada há um ano atrás. A pessoas que seguiam comigo nunca tinham estado em Misquel e, não se sabe se voltaram.
Por esta altura já se notava algum cansaço. Os campos eram fantásticos, os caminhos bem escolhidos. Gostei particularmente de um troço junto à ribeira da Praçaria, onde foi limpo um caminho tradicional, possivelmente para nós passarmos.
O grupo estava muito disperso, mas já se agradeciam mais pontos de distribuição de água. À medida que entramos em meses mais quentes é necessário pensar em multiplicar os pontos de distribuição de água ao longo da caminhada. Nem toda a gente carrega água consigo, e, também acaba por pesar.
Perto do meio dia cheguei ao Cabeço. A azáfama já era muita e os cheiros a grelhado entrelaçavam-se com os da resina do pinheiros. Não levaram a tentação avante e, mesmo sendo o último, não quis perder a oportunidade de conhecer a pequena capela de Nª Sª da Assunção e da sua história. A capelinha foi inaugurada em agosto de 2008. Nª Sª antes de aparecer ajunto a Vilas Boas e depois no Cabeço (também em Vilas Boas), apareceu aqui, e este lugar foi palco de peregrinações. Para além das crenças e lendas o Cabeço é também um lugar de muitas recordações de infância (talvez de outras), de muitas pessoas da aldeia.
 É uma cadeirinha de granito, um escorrega, a fraga que "chora", etc., muitas curiosidades num só espaço muito bonito.
Vale a pena subir ao Cabeço, a paisagem é deslumbrante.
Vencido pelo cansaço desci ao local do repasto. A mesa estava posta e a azafama era muita, quer na confeção quer na degustação, porque os quilómetros percorridos tinham aberto um buraco na barriga dos participantes e sendo necessário tapá-lo.
Havia sardinhas, carne assada, bifanas e, sobretudo, muita alegria que a música bem ao estilo pimba, transformava em arraial popular. De início o pessoal "de serviço" teve dificuldade em acompanhar o ritmo dos comensais, mas, estes foram-se acomodando, falando já mais do que comiam.  Veio o melão, as maçãs e "lavaram-se" os dentes com um copo de tinto. A tarde estava terminada.
Descemos à aldeia meia adormecida no calor da tarde e tomámos um café. Com este gesto demos por terminado o II Passeio Pedestre de S. Bartolomeu. Foi uma manhã muito bem passada. Pela minha parte gostei de conhecer melhor o termo da freguesia, apreciei, a paisagem, a flora e o património. A gastronomia e o calar humano também foram excecionais.
Parabéns à organização.  O pequeno almoço, o almoço, as marcações do percurso, o apoio dos bombeiros, etc. esteve 5 estrelas. Não faltaremos ao III.
GPSies - Parambos - II Passeio Pedestre

quarta-feira, 20 de junho de 2012

À Descoberta de Belver (2)

 Ontem disponibilizei a tarde para dar um largo passeio por Belver. A ideia era explorar ruas, becos e travessas e, se possível, estabelecer diálogo com as pessoas para me ajudarem a conhecer melhor a aldeia.
 Fui surpreendido, positivamente, (a maior parte das vezes) com aquilo que encontrei. É uma aldeia muito romântica, onde o granito domina, cheia de becos e ruelas com de histórias para serem contadas.
Encontrei pouca gente.
Tentei observar as casas de longe e afastei-me.
Os campos ainda estão verdes, por pouco tempo, e maior parte deles abandonados ou utilizados apenas para pastagem. O barulho do motor de rega levou-me ao passado e quase senti a água fresca a escorrer-me por entre os dedos dos pés descalços, no rego, entre as batateiras.
Ouviam-se chocalhos de vacas e ovelhas e o colorido das flores atraiu o meu olhar.
Depois de algumas horas a deambular pelos campos, voltei à aldeia.
Visitei o moinho de água, a igreja e a capela do Santo Cristo.
Bebi um copo de vinho numa adega fresca.
Infelizmente o dia tinha passado e já as paredes das casas da Praça estavam pintadas do amarelo que antecede o adormecer do sol.
Parti com  mil imagens ao tiracolo e o peito cheio de emoções.
Sou muito feliz, nem todos podem saborear momentos assim.

I Festa da Cereja - Amedo (II)

Mais um conjunto de fotografias da I Festa da Cereja realizada em Amedo no dia 10 de Junho de 2012.
Na primeira fotografia vemos uma panorâmica parcial da aldeia do Amedo. Ao centro um dos núcleos habitacionais principais uma vez que o povoamento está dividido em vários núcleos levando as pessoas a falarem "7 Amedos".
Na segunda fotografias vemos os cozinheiros a tratarem da saúde ao porco. A carne estava muito tenrinha e bem temperada. Penso que toda a gente adorou.
Houve também uma quermesse. Arrisquei algumas moedas e consegui ficar com alguns rebuçados no bolso e uma pequena recordação feota em croché. É um pequeno galo a envolver um copo plástico. Não percebi bem qual é a utilidade, mas é engraçado. Quase todos os objetos foram comprados. Não sei se foi da crise mas não vi muito entusiasmo na compra dos papelinhos enrolados.
O porco era bastante grande mas (da carne) nada sobrou. As pessoas eram muitas e ao longo da tarde foram-se comendo as pequenas lascas de carne acompanhada por salada.
Pareceu-me que faltou a fruta, pelo menos não a vi.
Foram bons momentos passados no Amedo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Associação do Rancho Folclórico de Carrazeda de Ansiães

Gosto muito desta fotografia que tirei a dois elementos da Associação do Rancho Folclórico de Carrazeda de Ansiães, em Beira Grande. Não conhecia este grupo, mas, em poucos dias assisti a duas duas atuações suas.
As suas musicas e danças transpiram alegria e o folclore é uma manifestação artística e cultural como qualquer outra. É importante acarinhar e incentivar estes grupos e este em especial porque integra um bom conjunto de crianças.
As duas fotografias anteriores foram tiradas na festa S. António, na Beira Grande, mas a seguinte foi no Amedo, durante a I Festa da Cereja de que também dei notícia neste blogue.
Mais fotografias do Rancho Folclórico de Carrazeda de Ansiães:

segunda-feira, 18 de junho de 2012

S. António em Beira Grande

 A aldeia de Beira Grande não deixa passar o dia de S. António sem uma boa festa ao seu padroeiro e foi isso que aconteceu no dia 13 de Junho.
A missa aconteceu pela manhã, mas a procissão só aconteceu ao final da tarde.
Sou, quase em cima do acontecimento, desta festa e não quis desperdiçar a oportunidade de fazer uma visita à aldeia e conhecê-la um pouco melhor.
 Quando cheguei junto da igreja as pessoas esperavam a chegada do Sr. Padre Humberto para orientar a procissão.
Não conhecia a igreja e aproveitei para a conhecer. A minha presença não passou despercebida e tive que "enfrentar" a desconfiança de uma zeladora que foi baste brusca comigo. Em parte até compreendo, mas há sempre mais de uma maneira de dizer a mesma coisa.
 A igreja está muito bem preservada e, é claro, em dia de festa não faltavam flores de várias cores principalmente gerberas e gladíolos. Os altares não são de uma riqueza assinalável em talha, mas as imagens são realmente extraordinárias. Não todas, mas um bom conjunto delas. A Nossa Senhora da Luz que saiu na procissão ofuscou um pouco o brilho do andar do padroeiro. Aliás na procissão seguiram três diferentes imagens de Nossa Senhora, mais a do Santo António e a da Santa Quitéria.
A procissão percorreu as principais ruas da aldeia. O dia estava a declinar e tive dificuldade em encontrar locais  e ângulos para fazer boas fotografias, mas o possível.
Embora a aldeia seja pequena não faltaram pessoas para carregarem os andores  e os variados estandartes, enquanto se rezava o terço, pelas ruas.
Já perto das vinte horas como terminada a procissão. Os assadores já espalhavam aromas a carne assada pelo ar, e a música alegrou o largo.

Chegou a Associação do Rancho Folclórico de Carrazeda de Ansiães que deu um colorido e uma alegria especial à festa. Para a noite guardou-se o grupo Estrela da Noite.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Fonte das Sereiras

Fonte das Sereias e parte da fachada dos antigos Paços do Concelho, em Carrazeda de Ansiães.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

I Festa da Cereja - Amedo

No dia 10 de junho teve lugar em Amedo a I Festa da Cereja. Nesta aldeia existe uma quantidade apreciável destas árvores de fruto. Há árvores dispersas, mas também alguns pomares de dimensões consideráveis tendo em vista a comercialização.
Embora esta atividade não estivesse prevista, nestes moldes, no programa da Associação Recreativa Desportiva e Cultural de Amedo para 2012, deve ter havia razões para o previsto Passeio Pedestre tenha sido subsistido por esta Festa, mais completa e arrojada. Os últimos meses têm sido férteis em caminhadas no concelho de Carrazeda de Ansiães e o fim de semana de 9 e 10 de junho calharam mesmo bem na época de comercialização da cereja.
A Missa Campal teve início às 8:30 sendo celebrada pelo Sr. Padre Bernardo. Participaram cerca de 60 pessoas, mesmo com condições atmosféricas pouco favoráveis, com ventos fortes e momentos de sol intenso que levaram o sr. Padre a lamentar-se com alguma ironia.
O recinto da escola foi adaptado para a Eucaristia e tudo estava muito bem preparado. O clima ninguém consegue controlar. O Sr. Padre apercebeu-se da chegada dos romeiros (como ele próprio disse) e acelerou as exéquias para não atrasar o programa.
Chegou o autocarro da câmara com um grupo de caminheiros vindos de Carrazeda.
O Percurso Pedestre teve o apoio da Câmara Municipal e com a presença a arqueóloga que enriqueceu o Passeio com os seus conhecimentos especializados. Penso que a autarquia também colaborou na seleção do traçado.
O grupo foi tomando forma e arrancou pouco depois das nove e meia em direção à capela de S. Martinho. Depois da uma curta paragem e ouvida a história da capela, o grupo dirigiu-se para o Campo de Futebol continuando depois em direção à Ponto do Torno, na Ribeira da Regada. Penso que não chegámos a alcançar a ponte, eu pelo menos não me apercebi dela. Foi pena, era um ponto muito interessante.
Iniciámos o regresso à aldeia. Pelo caminho passámos num grande pomar de cerejeiras do sr. Castro onde podemos saborear várias variedades, qual delas a mais saborosa. Houve pessoas que pouco ligaram às cerejas e obrigaram os restantes a seguir caminho, para não atrasarem a caminhada. Esta visita ao pomar foi um dos aspetos mais positivos deste percurso.
Pouco depois estávamos na Igreja Matriz, orago de S. Tiago e que dá gosto visitar. No teto, ao centro do corpo da igreja está pintada uma imagem de Nossa Senhora da Graça. Sempre esperei que a caminhada me levasse à capelinha desta Senhora, mas as opções foram outras. Como também há um nisso com uma imagem da Senhora da Graça, depreendi que tem muitos devotos na aldeia. No teto da capela mor está pintado S. Martinho.
A caminhada continuou pela rua da Oliveira, depois pela rua Camões e pelo Fundo do Povo, afastando-se depois em direção à serra da Reborosa. O sol escaldava  mas a beleza da paisagem fazia esquecer qualquer cansaço. Os caminhos que percorrem a serra são de uma beleza rara, acrescida da exuberância de flores de muitas cores que formavam tufos, nas bermas do caminho. Eram muitas as espécies  e muita a vontade de parar a fotografar cada uma delas. Só o carro vassoura não me deixava descansado.
O grande grupo foi-se separando em grupos mais pequenos. Só de onde em onde, quando se avistava um pouco mais de caminho, se viam outras pessoas. A árvore mais abundante é o castanheiro, para madeira, e não para a produção de castanha. Como árvores de cultivo havia muitas amendoeiras, oliveiras e cerejeiras que apareciam com muita frequência.
De alguns locais avistava-se bem a aldeia do Amedo e de outros uma grande vastidão de terra, estendendo-se desde Areias e Pombal até ao outro lado do Tua. O olhar perdia-se por aldeias e vales que não consegui identificar.
Pensei que viríamos sair às primeiras casas da aldeia, na Av. dos Maios, mas não. Uma mudança de direção fez-nos entrar na aldeia e chegar ao Gricho. Estávamos de novo no povoado, quase sem dar por isso, tão entusiasmados que seguíamos a olhar a paisagens e a apreciar as espécies vegetais e animais que encontrámos.
Chegámos ao recinto da escola perto do meio dia. Devo dizer que fui o último a chegar, mas não me arrependi do tempo que demorei.
As entradas estavam servidas e foram saboreadas com algum entusiasmo. Parecendo que não, foram cerca de 9 quilómetros de caminhada, o que abriu o apetite. Havia queijo, chouriço, presunto, pão, vinho, sumo e água. O porco, já no ponto, no espeto, não demorou a chegar às mesas, acompanhado por uma salada alface.
As pessoas estavam distribuídas em pequenos grupos, possivelmente familiares ou de amigos. No meu grupo predominavam "caminheiros" de anteriores passeios, vindos de Pombal, Castanheiro, Carrazeda, Linhares, Mogo, Vila Flor, etc.
Perto das duas da tarde fizeram-se ouvir as vozes. Desfilaram canções, a maior parte delas muito conhecidas, que me fizeram viajar no tempo. Muitas eram canções de toda a parte, outras tinham um cunho bem local.

Vai de roda, vai de roda,
Não te encostes à videira,
Ainda sou muito nova,
Para andar na brincadeira.

Ó meu rico S. Tiago,
Meu rico S. Tiaguinho,
No S. Tiago pinta o bago,
E do bago faz-se o vinho.

Ó meu rico S. Tiago,
És o nosso padroeiro,
E nas festas do concelho
Tu és sempre o primeiro.

Tu és sempre o primeiro,
Porque pertences ao Amedo
É uma aldeia bonita
Rodeada de arvoredo.

Além das muitas canções que cantaram descobri, mais tarde, que se recordavam de autênticas relíquias dos anos 50, como esta:

Aí vai Amedo
Meu amor que tanto brilha
A mocidade vai cheia de maravilha
Pela manhã quando sai o sol da aurora
Tua és a terra mais bonita e encantadora.

Aí vai Amedo
Botão de rosa
És a mais linda
E a mais formosa.

Durante a tarde houve tempo para jogos de cartas e de dominó. Jogou-se a malha e até se ensaiaram alguns passos de dança. Em exposição estavam bordados realizados num curso. O valor da venda revertia a favor da Associação. Também se realizou uma pequena quermesse, mas adesão não me pareceu grande.
Havia algumas cerejas à venda. Tratando-se de uma Festa da Cereja esperava mais destaque a esta fruta, por exemplo na sobremesa. Além de não haver muita à venda, pareceu-me que o preço não era muito convidativo, o que fez com que ainda sobrasse. Eu comprei e eram muito boas.
Já perto das seis da tarde chegou o Rancho Folclórico de Carrazeda de Ansiães. Arranjou-se o terreiro para o baile. O grupo de bailadores integra bastantes crianças que já mostram muita desenvoltura nas danças de roda ou outra qualquer.
E foi ao som de folclore que dei por terminada a minha visita ao Amedo. O dia foi longo e cheio de motivos para Descobrir e fotografar. Como em todas as iniciativa, nem tudo foi perfeito, mas só quem nunca tentou organizar uma coisa semelhante é que pode dizer que é fácil.
Estão de parabéns os que se envolveram a organizar e a levar a cabo esta I Festa da Cereja.
Estou convencido que a segunda edição vai ser ainda melhor. Entretanto, já se falava da festa de julho e da realização de uma prova de carrinhos de rolamentos.
É assim que uma aldeia se quer, viva.

Percurso:
 GPSies - I Festa Da Cereja