Alguns dos poemas agradaram-me, outros, nem tanto. Há alguns com uma forte carga ideológica, política, até religiosa que o autor assume, mas que não compreendo, nem partilho. No entanto, não posso deixar de saborear e mostrar no blogue alguns poemas que me parecem muito bons.
Há dias, no lançamento de um livro de poemas, conversava eu com o autor da obra a ser lançada sobre o que é bom, ou menos bom, em literatura. Para mim, é bom aquilo que me desperta emoções, que me faz viajar, que me transporta para um mundo diferente daquele em que me encontro. Quando dou comigo a saborear as palavras como se de um prato refinado se tratasse, ou como a ouvir as notas de uma bela peça musical, então a escrita é boa. Como não gostamos todos do mesmo prato, nem das mesmas músicas, também não gostamos dos mesmos textos ou dos mesmos poemas.
Morais Fernandes nasceu em Linhares. Escreve a sua terra e as suas vivências (também num período muito conturbado). O título do livro, Fogo e Lágrimas, sugere algo forte, mesmo violento. Os poemas que pretendo partilhar, de vez em quando, são exceções.
Notas sobre o autor, transcritas do livro
Joaquim Morais Fernandes - Médico, nascido a 5 de Julho de 1917, no lugar e freguesia de Linhares, concelho de Carrazeda de Ansiães - Bragança.
Filho de Carlos Augusto Morais e Maria Augusta Fernandes.Autor de Fogo e Lágrimas e do presente - Fogo e Lágrimas 2.
Ex Delegado de Saúde. Fundador do centro de Saúde e do Ensino Secundário Liceal em Carrazeda de Ansiães.
Ao Povo Transmontano
Sabes fazer amigos, que amigo és Tu,
Já que em teu peito reina a Forja do Bem;
Que abraço verdadeiro, fraterno e nu,
Só nasce no coração de quem o tem!...
Não o abraço protocolar do momento,
Ou a conveniência da ocasião;...
Mas o forte e profundo sentimento
Que, à força do Bem, pões força e razão!
E, já das lavas do reino de Vulcano,
São tuas mágoas de bênção e de amor,
- Grinaldas, elmo do Povo Transmontano.
Assim nasceste e assim viverás!
Alma em fogo, o teu peito de granito,
Transmontano irmão, tudo vencerás;
Teu corpo é dor, tua alma infinito.
Luta até ao último adeus, - à morte, -
No frio ardente do gelo da sorte!...
Linhares, 1 de Abril 1993
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