Já visitei 3 vezes a Calçada do Mogo: a primeira aconteceu em Novembro de 2007 e as outras duas no mês de Abril de 2010. Faz parte do património arqueológico do concelho e é um dos pontos de interesse a visitar na aldeia.
Trata-se de uma calçada formada por lages de granito, algumas de grande dimensão, que descem a encosta voltada para o vale da Ribeira da Cabreira. Em conversa com alguns habitantes de Mogo de Malta, disseram-me que se lembravam de comporem a calçada, mas não me souberam dizer se foram pequenos arranjos ou se uma interversão mais profunda. Naturalmente que não se tratava da preservação da calçada por interesse arquiológico mas sim porque ela ainda era usada para acesso a algumas propriedades havendo, portanto, quem dela necessitasse. Agora as coisas mudaram um pouco. Há melhores acessos.
Embora muitas vezes se atribua a estas calçadas, e no concelho de Carrazeda há várias, a designação de romanas, elas são, na maior parte das vezes, de construção muito posterior. Neste caso concreto, a cronologia é indeterminada.
Uma análise mais atenta, mesmo de um leigo como eu, permite verificar que algumas das rochas usadas são bastante grandes e os cortes parecem ser relativamente recentes. Não são visíveis mascas de rodados de carros a não ser nalguns pontos, muito pouco significativos. O declive é muito acentuado, sendo possível um traçado melhor a poucas centenas de metros de distância passando por exemplo pelo Amêdo ou pela Fraga do Medo. Embora se aponte esta calçada como possível ligação a Freixiel, custa-me a crer que fosse a principal via de comunicação entre estas duas localidades, inclinando-me mais para a utilização da calçada para acesso aos campos cultivados.
De qualquer forma, dada a importância da calçada para o Mogo e para o concelho e ao potencial número de visitantes, parece-me que a mesma deveria estar mais cuidada. Houve, em tempos, alguns desentendimentos entre a Junta de Freguesia de Mogo de Malta e a Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães. Está mais do que na hora dessas questões serem ultrapassadas. Há lixo espalhado em vários locais, muito mesmo! É importante que os residentes tenham mais zelo, é a sua freguesia que está em cheque. Também as giestas e arçãs crescem descontroladamente em todo o lado.
2 comentários:
Olá amigo Anibal,
uma vez que é conhecedor dessa zona, e natural de Zêdes, pergunto-me se o amigo conhece alguma ligação dessa calçada à Quinta do Pobre que possa ser efectuada de bicicleta?
Obrigado pela atenção
Atento
Olá Atento
É como diz o ditado "Todas os caminhos levam a Roma". Nunca fiz essa ligação em bicicleta mas já a fiz a pé, há muitos anos atrás, quando fui a pé, de Zedes à festa de Nossa Senhora da Saúde, no Mogo. No final da calçada é necessário virar seguir pelo caminho para montante em relação ao sentido da Ribeira da Cabreira. O local para atravessar a ribeira é mais ou menos ao nível da Pé-de-cabrito mas rapidamente se atinge o caminho que desce até à Quinta do Pobre. Desconheço se existe outra possibilidade, mas acho pouco provável. Numa caminhada que fiz de Vila Flor a Zedes percorri trilhos inimagináveis na zona da Cabreira, quando me perdi e fui ter a folgares. São trilhos criados pelas ferraduras dos animais ao longo de séculos, apenas transitáveis por animais de carga (e também por BTT) ou a pé. Espero voltar lá um dia.
Fotografia
Aníbal
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