Para o dia 26 de Junho estava previsto o melhor do programa e a festa do Sábado prometia, mas, no dia 26 apenas pude acompanhar parte dos acontecimentos.
A parte que sinto ter perdido foi a Missa Campal que aconteceu nas ruínas da igreja de S. João Baptista nas imediações do Castelo de Ansiães. Não faço ideia de como será uma missa em latim, mas a presença do grupo Medievus Chorus era suficiente para eu gostar. Ainda por cima também não cheguei a tempo de ver a sua actuação ao início da tarde.
Cheguei a Carrazeda mesmo a tempo de seguir no mini-autocarro da Câmara para o Castelo de Ansiães. Fui dos poucos a aproveitar este transporte, para além de alguns artistas. A minha ideia foi evitar a confusão de carros junto do castelo, o que veio a verificar-se, impedindo mesmo as carrinhas dos grupos que iam actuar de se aproximarem da porta do castelo para descarregar material.
Na porta do castelo (Porta de S. Francisco) as limitações quanto à posição a ocupar foram muitas. Ao contrário do ano ano anterior, não pude ficar sobre a muralha. Compreendo que haja questões de segurança, mas a posição em que foi obrigado a ficar o público, de frente para o sol, não permitia grande visibilidade para o que se passou, com o sol a ofuscar. Paciência.
Com algumas diferenças em relação ao evento do ano anterior, o que se passou foi a representação (com alguns elementos cómicos à mistura) da crise do Séc. XIV quando Castelo de Ansiães foi tomado de assalto pelas tropas castelhanas lideradas por João Rodrigues Porto Carreiro, enquanto as tropas leais ao Mestre de Avis, sob o comando de Vasco Pires de Sampaio o defendiam. Essa época conturbada da história de Ansiães e da região tem algumas semelhanças com o panorama actual. Na altura Freixiel, Murça e Abreiro foram obrigados a colaborar para o fortalecimento das muralhas do castelo. Desse contributo pode ter resultado aquilo que ainda hoje conhecemos como Castelo de Ansiães, uma vez que, antes disso, toda a muralha devia ser mais frágil e incipiente. Também nessa altura se ditou a queda de Vilarinho da Castanheira, mais voltado para Castela, ao contrário de Ansiães. Na actualidade todos os que trabalham são obrigados a esforços suplementares para compensar as políticas e má gestão de governantes incompetentes.
Para além da história, a contenda deslocou-se para o terreiro do castelo para um torneio de armas a cavalo. Tal como eu esperava este torneio juntou bastante gente, embora os "turistas" ainda fossem menos do que no ano anterior.
A luz estava muito estranha para as fotografias, e só com o controlo manual consegui algo de aceitável.
O que achei mais interessante foi mesmo a combinação da música com todo o ambiente "guerreiro" criado. Desta vez estivaram na animação musical os Cornalusa e os Sons da Suévia.
De volta a Carrazeda de Ansiães (de novo de autocarro), fez-se a hora de jantar. Aproveitei para o fazer com a família, num restaurante da vila, onde já se encontravam três grupos de actores/músicos, ninguém mais.
Para o fim da festa voltámos à zona envolvente do Pelourinho. Neste segundo dia houve muitos menos pessoas (e muito menos espectáculo). Não houve um encerramento pomposo, com discursos históricos ou actuais. Tudo terminou perto das onze da noite.
Como acompanhei com algum pormenor a realização de 2010, não posso evitar fazer comparações. Tal como em 2010 vi muito pouca gente de fora do concelho. Menos ainda do que em 2010. Não sei quais são os objectivos da autarquia para a realização do evento, mas se um deles é promover o concelho, está a falhar redondamente. Quanto a mim, um dos aspectos que falhou foi a publicidade. Não é admissível que a poucos dias do evento ainda não fosse conhecido! Que me desculpem mas nem tudo funciona pelo Facebook. Se o senhor Presidente da edilidade não confia nos blogues (até compreendo), que invista na promoção tradicional, em papel, junto dos média, nos concelhos vizinhos, etc. A Escola Profissional, se foi responsável por isso, tem que fazer melhor no futuro.
Além dos bloguistas voluntariosos quem mais é que publicitou e divulgou o que se passou?! Não tenho conhecimento.
Parece-me que as datas coincidiram com a as Bodas Reais, em Trancoso. Gostava de saber como correram por lá as coisas. Pareceu-me notar a ausência de alguns elementos do grupo Vivarte, pode ser que tenham ficado em Trancoso.
O envolvimento dos locais parece-me muito importante. Veja-se o caso de Torre de Moncorvo onde o Agrupamento de Escolas conseguiu fazer um evento com bastante sucesso praticamente com a prata da casa! Não havia artesãos locais, nem tasquinhas, nem outro tipo de comércios, embora houvesse vinho de Carrazeda à venda, numa das poucas tendas existentes. O envolvimento da Escola Profissional ao nível da dança, ou do manejo das armas, esteve abaixo do que foi feito em 2010. Sobre os comes e bebes não tenho opinião.
Gostei mais do(s) espectáculo(s) de Sábado, dia 25. Domingo à noite esteve bastante pobre, mas também havia muito menos gente.
Globalmente, o evento parece-me bastante positivo, embora continue sem atrair pessoas ao concelho. Não posso comparar com os anteriores festivais de Música Medieval porque nunca estive presente.
Gosto do ambiente destas feiras e começo a ter algum conhecimento em termos musicais e de grupos que nelas actuam. Senti a falta do Olivier (Os Caleiros do Tempo) e de toda a sua agressividade (e má educação). Gostei de ouvir de novo os Cornalusa (que ainda não têm CD!). Além da companhia principal Vivarte, estiveram também presentes Mozárabes, Juan e Pilar, Milícia de Santa Maria, Emad Selin-Sufi (além de Medievus Chorus, Conalusa e Sons da Suévia, já citados no texto). Obrigado pelos espectáculos proporcionados.
1 comentário:
Também não conhecia o evento, mas o Castelo (no seu todo) deveria estar melhor conservado para ser um chamariz poderoso.
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