No dia 24 de março realizou-se em Vilarinho da Castanheira a tradicional prova do folar.
Nos últimos anos os amigos desta aldeia têm-me convidado para conhecer esta tradição, mas, como se trata de uma época em que as famílias se reúnem e em que me desloco bastante, não foi possível estar presente.
Em 2013 foram as condições atmosféricas adversas que quase fizeram com que o evento não se realizasse.
Conheço várias locais onde se usa ir comer o folar para o campo, como em Miranda do Douro, Mirandela, Freixo de Espada à Cinta ou Besteiros, na freguesia de Fontelonga, mas em todos eles a tradição acontece na segunda-feira de Páscoa. Em Vilarinho da Castanheira ela acontece no Domingo de Ramos, antes da Páscoa, daí o nome "prova do folar".
A prova tem lugar sempre no mesmo local, junto aos moinhos recuperados do Ribeiro do Coito. Este ano houve vários fatores que contribuíram para que o local estivesse ainda mais arranjado: aí foram feitas filmagens, recentemente, para um canal de televisão; a autarquia está a realizar visitas turísticas, regulares, ao local; tem chovido muito o que fez com que houvesse água mais do que suficiente para fazer girar o mecanismo dos dois engenhos já recuperados.
Penso que estaria no local grande parte da população da aldeia e mesmo alguma das aldeias vizinhas (e mesmo da vila).
O tempo estava instável, com algumas abertas mas com ameaças de chover a qualquer altura.
Os folares e todos os outros géneros consumidos são fornecidos pela junta de freguesia. Houve sumo, coca cola e vinho, porque festa que se prese tem que ter alegria.
Para ajudar na festa esteve também presente o Grupo de Música Tradicional da Associação Cultural e Recreativa de Vila Flor. Sem grandes condições para atuar, face à ameaça constante de chuva, instalaram-se num coberto onde executaram as suas alegres músicas e cantares.
Não foi preciso muito para que os mais afoitos se animassem e se improvizasse um baile.
E foi bom de ver um convívio como já não se vê muito, com novos e velhos a conversarem a comerem, beberem e dançarem como uma comunidade, talvez de forma muito semelhante àquela como o fizeram as famílias que habitaram aquele local quando o conjunto de moinhos se encontrava no auge da sua utilização.
Foi uma excelente tarde passada num local idílico, na companhia dos amigos.
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