Já passou quase uma semana desde a realização do evento “Ansiães na Idade Média”. Este evento foi o primeiro do género realizado por terras de Ansiães.
Passei a tarde de Sábado e o início da noite a acompanhar as actividades que desenvolveram na parte velha da vila e também no castelo de Ansiães. Nunca estive presente no festival de música medieval que se realizou durante alguns anos em Carrazeda de Ansiães (com muita pena minha), por isso não posso fazer comparações. Por aquilo que pude observar, “Ansiães na Idade Média” foi bem aceite pela população, principalmente pelas pessoas da vila. Realizada à Sexta e Sábado, numa zona rural como é a nossa, afastou, à partida, algumas pessoas que não podem gerir o que não têm, tempo livre. O Domingo seria o dia por excelência, mas deve ter havido alguma incompatibilidade. Quem esteve à frente de todo o espectáculo foi a companhia de teatro VivArte, que tem uma agenda preenchidíssima. No dia 19 estavam em mais dois eventos além do de Carrazeda.
O leque de artistas presentes foi mais do que suficientes para uma primeira realização: Medievus Chorus, Gaiteiricos de Miranda, ArteFalco, Cavaleiro do Tempo, Hoste do Magriço, Cornalusa, Moçarabe(?), etc. Tudo artistas que nos transportam com grande facilidade para outras épocas, no caso para o séc. XIV.
Como apoiante do evento e participante bastante activo, esteve a Escola Profissional de Carrazeda de Ansiães que tiveram aqui uma excelente oportunidade de aprender fazendo. Parece-me que a souberam aproveitar muito bem.
Na minha opinião faltaram duas coisas muito importantes: uma participação local mais forte e público. Na participação local, à parte da já referenciada e excelente participação da Escola Profissional, poderiam ( e talvez devessem) ter participado artesãos locais (cestaria, tanoaria, etc), associações culturais e Juntas de freguesia ( por exemplo com tasquinhas,venda de produtos), grupo de cantares de Carrazeda, etc. Em termos de público, os artistas mereciam ter mais gente a aplaudi-los. No Torneio de armas, no castelo de Ansiães, havia muita gente, mas durante a tarde a zona do “Mercado” esteve muito despida de pessoas. Além do facto de não se realizar num Domingo, parece-me que houve pouca publicitação do evento. Quando contei o que se passou a alguns amigos na Segunda-feira, mostraram uma cara de grande espanto, não sabiam do evento. Estou a falar de pessoas de concelhos vizinhos de Carrazeda.
Também não vi à venda produtos da terra! Vinho, azeite, feijões, chás, fumeiro, doçaria…
Não sei qual foi o balanço que os responsáveis pela organização fizeram. Em próximas realizações deve haver uma mais forte contribuição local e também maior adesão de espectadores. Para atrair gente que deixe aqui algum dinheiro é necessária publicidade, apostar mais nos “comes e bebes” e mostrar-lhes (e vender-lhes), tudo o que produzimos de bom.
Os locais escolhidos serviram às mil maravilhas, os intervenientes foram fantásticos, de maneira que… já só penso na próxima edição.
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