domingo, 1 de abril de 2012

1 Dia por terras de Ansiães (7a)

 Para passar mais um dia por terras de Ansiães juntei-me a um grupo de pessoas numa iniciativa organizada, ao contrário do habitual, em que todas as opções são tomadas por mim. A iniciativa denominar-se Reviver Ansiães / Pôr-do-sol - Anta do Vilarinho da Castanheira. Tive conhecimento da iniciativa através do Sr. Padre Bernardo e do colega Alegre Mesquita, do Blogue Pensar Ansiães. Apesar de não constar no programa, quem esteve por detrás da iniciativa foi a Liga dos Amigos da Anta. Já tive vontade de participar na sua iniciativa levada a cabo em setembro de 2011, em Zedes, mas não me foi possível.
O ponto de encontro foi na Lavandeira, no largo de Santa Eufémia. Mal o grupo ganhou forma, iniciou-se o percurso com uma visita guiada à Igreja Matriz. Curiosamente a paróquia é do Divino Rei Salvador e não de Santa Eufémia que "rouba" grande parte do protagonismo ao padroeiro da aldeia. Mas não faltam razões para uma visita cuidada a este templo. Com o senhor Padre Bernardo como guia, as coisas ganham ainda mais interesse.
A primeira curiosidade prende-se com o facto de existir alguma confusão na imagem e culto a Santa Eufémia. É que, na verdade, não existiu uma, nem duas, mas três santas com o mesmo nome. O que permite distinguir um santo de outro é um conjunto de elementos designados como iconografia, como no caso de Santa Eufémia da Lavandeira, a presença de dois leões junto da imagem. Ora, a imagem mais antiga desta santa existente na capela representa Santa Eufémia de Braga (e Orense), irmã de Santa Quitéria e de Santa Marinha (entre outras). Santa Eufémia com os leões representa Santa Eufémia da Calcedónia morta no ano 307 d.C. e que tem o seu  principal templo na Croácia. A que está representada nos caixotões do teto da igreja é a primeira (juntamente com as suas irmãs), a que é levada no andor nas grandes festas de setembro é a segunda, ou a imagem da primeira a que juntaram dois leões, induzindo as pessoas em erro.
 A caminhada prolongou-se até ao Castelo de Ansiães. O caminho não é longo e foi feita com calma, com paragens frequentes como a que aconteceu junto à Fonte Nova.
No castelo a igreja de S. Salvador foi alvo de uma atenção especial. Cada pedra tem uma história e o tímpano da igreja tem mil histórias para contar, tantas que a minha cabeça não as conseguiu processar todas, mas a que voltarei noutra altura.
A visita à igreja foi tão demorada que já não foi possível subir e visitar o resto das muralhas, o que foi uma pena. Saímos pela Porta de S. Francisco em direção a Selores, não sem antes visitarmos a Igreja de S. João Batista e o conjunto de sepulturas rupestres junto dela.

Continua...

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