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Apresentação do percurso com informações históricas |
O passeio pedestre da
Pala da Moura, com organização da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, aconteceu no dia 22 de abril em
Vilarinho da Castanheira.
O trilho da Pala da Moura desenvolve-se na freguesia de Vilarinho da Castanheira e integra a Rede Municipal de Percursos Pedestres (com o número 5). O interesse do percurso divide-se entre o paisagístico e o cultural, prolongando-se por pouco mais de 10 km com um grau de dificuldade baixo.
Sendo este o terceiro percurso realizado dá para perceber que há um núcleo "duro" de caminheiros que é de presença quase garantida. Por isso, mesmo para mim que não vivo em permanência no concelho, a maior parte dos rostos já me são familiares. Desta vez até tive uma considerável companhia de Vila Flor, de onde nos deslocámos quase duas dezenas de pessoas.
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Interior da Igreja Matriz |
O percurso feito no dia 22 segue nos pontos principais o marcado como oficial de Pequena Rota, mas teve algumas variações, para o enriquecer em termos de interesse e para o tornar mais curto em termos de distância a percorrer. Contou também com a novidade do almoço ser servido no campo.
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Os primeiros caminheiros na rua Dona Urraca |
De todos os eventos este foi o que contou com de participantes mais jovens. Havia crianças, adolescentes e jovens em número considerável. pelo contrário, os idosos, numerosos no
Castanheiro, estiveram em menor número aqui. Fiquei com a impressão de que a população do
Vilarinho da Castanheira não aderiu em grande número, mas só contam os que estiveram presentes. Eu gostei da sua companhia e aproveitei para saber mais dos locais onde passámos.
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Interior da capela de S. Sebastião |
A caminhada iniciou-se junto da
Igreja Matriz. Este templo é muito grande e e está bem preservado (restaurada em 2008). Os pináculo são vistosos os altares em talha dourada também. Terá sido construída durante o séc. XVIII e terminada já no séc. XIX, depois de demolida a segunda igreja que estaria situada na zona da cerca do Fidalgo, alguns metros mais abaixo. Mas
Vilarinho da Castanheira já era paróquia desde o séc. XIII, devendo ter existindo ainda outro tempo anterior a esse, de que não há nenhum rasto.
Haverá poucas aldeias no concelho, ou talvez nenhuma, que possua tantas capelas como o Vilarinho! Curiosamente
Valtorno, já no concelho de
Vila Flor mas próximo dali também teve um elevado número de capelas!
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Parte das roupinhas do Menino Jesus |
O grupo dirigiu-se de seguida para a capela de S. Sebastião pela rua
Dona Urraca (que não faz parte do percurso marcado). Em muitas visitas que já fiz à aldeia nunca tinha entrado nesta capela e acabei por visitá-la 2 vezes durante o mês de abril!
Uma curiosidade desta capela foi realçada pela zeladora. Há um busto do Senhor dos Passos que parece olhar diretamente para nós à medida que nos deslocamos ao longo da capela.
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Mesa que aguardava os caminheiros para o mata-bicho |
Regressámos à
Igreja Matriz passando
junto ao futuro Museu Rural, que ainda não está terminado, continuando pelo centro da aldeia até à capela de Nossa Senhora do Rosário. Parece-me que está capela é uma pequena maravilha, quer pela talha, quer pelas imagens, quer por alguns objetos que aqui estão guardados. Um deles é o antigo sacrário da capela de S. Sebastião de cujo o altar não resistiu à ânsia de modernidade.
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O Sr. Presidente da Câmara que fez questão de estar presente |
O que mais gostei nesta capela está na sacristia, uma vitrina com uma imagem do Menino Jesus rodeado por roupinhas pintadas à mão ou bordadas. Veio-me à memória, de imediato, o Menino Jesus da Cartolinha, em Miranda do Douro, que é a principal atração da Sé da cidade. Também existe uma pequena cama, mas não é do mesmo Menino, mas de outro que não está exposto. Senti curiosidade para saber a proveniência das roupas. Disseram-me que era a professora que fazia as roupinhas, mas, pela falta de tempo, não consegui aclarar o assunto. À frente desta capela há um grande a capela do Senhor do Calvário. Como já era o último da caminhada, nem sequer tive tempo de olhar para ela, com muita pena minha.
Acelerei o passo para recuperar o atraso (também
atalhei no caminho) e consegui chegar atempadamente ao alto do
monte de Nossa Senhora da Assunção. Este é o ponto mais alto do percurso (847 metros de altitude). O dia não estava muito convidativo, mas a paisagem que se avista em redor é admirável, além de proporcionar
uma perspetiva da aldeia que, só por si, vale a pena.
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Vista parcial e Vilarinho da Castanheira |
A
capela de Nossa Senhora da Assunção domina a paisagem e também estava aberta. Aliás é de louvar a preocupação da freguesia em proporcionar o acesso a estes locais e até em os prepararem para serem admirados. Esta foi uma das coisas de que me lamentei da caminhada realizada no
Castanheiro.
O mata-bicho foi na
Casa dos Milagres. Os bolos característicos da Páscoa marcavam presença. Havia também outros bolos, sandes, presunto, fruta e água. A organização esmerou-se nas iguarias e também na sua apresentação, o que também só valoriza o seu trabalho.
Continua em:
Trilho da Pala da Moura - 22 de Abril (2.ªParte)
2 comentários:
Olá Prof. Anibal! Tenho acompanhado o seu trabalho mas nem sempre tenho disponibilidade para felicita-lo pelos seus excelentes registos fotográficos e escritos...mas este referente ao "Percurso da Pala da Moura"não posso deixar de referir que foi um momento diferente carregando do espírito campestre e ecológico! Passamos por lugares que a natureza nos oferece e que se apresentam verdadeiros "Quadros Bucólicos". Foi um dia difente e positivo...até à próxima Descoberta! Susana
Não poderia deixar de agradecer as lindas fotos da minha aldeia, também participei na caminhada e apesar de conhecer todos os locais nunca é demais e na companhia de pessoas tão simpáticas tem outro sabor, gostei de ouvir a srª arqueóloga contar a história dos monumentos um pouco diferente da contada na aldeia mas que não é menos interessante, visite-nos sempre que puder, obrigada e até a próxima caminhada... Gracinda
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