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Flores de macieira (Selores) |
Depois da
partida da Lavandeira e de uma passagem demorada pelas capelas de
S. Salvador e de
S. João Batista, já no
castelo de Ansiães, o percurso estendeu-se a
Selores. O tempo passou rapidamente e foi com muita pena minha que não subimos à muralha interior do Castelo. É sempre um prazer desfrutar da paisagem e creio que haveria muito a dizer sobre as estruturas que aí existem. Mas, nunca se pode ver tudo...
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Capela de S. Brás (Selores) |
Entre as ruínas do castelo e a aldeia de
Selores é possível encontrar vestígios de um habitat romano. Este habitat estende-se praticamente desde das traseiras da igreja de S. João Batista, onde funcionou um cemitério na época medieval, até próximo do povoado de
Selores. A presença dos romano nesta área é só mais uma que vem engrandecer a história do espaço, que foi ocupado por mais de cinco mil anos e que merece toda a atenção, agora que está praticamente ao abandono.
Ao aproximar-nos de
Selores começámos a sentir o cheiro das
flores de macieira. Apesar de estas fruteiras ainda não estarem em floração em todo o concelho, é aqui que me parece que a floração está mais adiantada.
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Pormenor da talha do altar da igreja matriz de Selores. |
Já em
Selores pensava visitar a capela de
Nossa Senhora do Prado e a
Capela de S. António, a primeira junto à estrada e completamente abandonada e a segunda integrada na chamada
Casa de Selores,
brasonada, uma joia, mas será para correnteza noutra oportunidade. Os espaços estão fechados e não é fácil ter acesso a ales. O que eu não contava, aliás desconhecia totalmente a sua existência, foi conhecer a
capela de S. Brás, em Selores. É particular, dessacralizada, serve para arrumos e passa completamente desapercebida a quem circula na rua.
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Casa e Capela de Santo António (Alganhafres) |
No centro da aldeia é a igreja matriz de
Selores. Esta foi objeto de uma visita cuidada e demorada o que me permitiu ver pormenores que me passaram desapercebidas numa visita que lhe fiz recentemente.
Seguiu-se o pequeno povoado de
Alganhafres. Praticamente não se percebe quando se deixa
Selores e quando começa
Alganhafres! Não me tinha apercebido da proximidade destas duas aldeias porque não fiz todo o percurso da procissão no dia 12 de Março.
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Ruínas da capela do Divino Espírito Santo (Alganhafres) |
Em
Alganhafres conheci também a capela de
Santo António, que faz parte de um casal senhorial. Em redor há muitas casas em granito, em completa ruína.
O percurso pedestre terminou junto às ruínas da capela de Ferraz ou do
Divino Espírito Santo.
Seguimos mais ou menos de perto o traçado do
Trilho do Castelo, que integra a
Rede Municipal de Percursos, mas, penso que este trilho não contempla
Alganhafres.
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Almoço - Albufeira da Fontelonga |
Não foi possível regressar à
Lavandeira a pé porque a hora já ia adiantada. Também não havia nada que obrigasse a respeitar qualquer percurso.
Recuperados os carros, rumámos ao Parque de Merendas junto à albufeira de
Fontelonga. A zona é muito aprazível, embora não esteja nas melhores condições (não há qualquer casa de banho e há algum lixo espalhado).
O almoço foi preparado pelo
grupo e consistiu de carne assada no churrasco, alheira, caldo verde, pão e fruta. Para beber foi servido um bom vinho tinto, especial, produzido por um grupo de amigos para ocasiões especiais.
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Folar e vinho fino (Casa Dona Urraca, Vilarinho da Castanheira) |
Depois de almoço rumámos a
Vilarinho da Castanheira. O programa previa uma deslocação aos
moinhos de água e assistir ao pôr-do-sol junto à
Pala da Moura, por isso houve que improvisar para ocupar o tempo.
Fizemos uma visita cultural a alguns locais da aldeia: o
pelourinho, a necrópole da Cerca do Fidalgo, o futuro Museus e a
capela de S. Sebastião. Foi uma sorte por apesar de já me ter deslocado inúmeras vezes a esta aldeia aldeia, nunca tinha ali entrado. Também não estava planeada uma visita à
Casa de Dona Urraca, uma infraestrutura de Turismo Rural que nos recebeu muito bem. Visitámos a adega e o
folar juntamente com o vinho tratado da casa fizeram um dos melhores momentos do dia.
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Na levada do moinho (Vilarinho da Castanheira) |
A deslocação para os
moinhos da aldeia foi em automóvel. Infelizmente não há água para dar
beleza e romantismo ao local. O ribeiro apenas tem pequenos charcos e fazer rodar as mós dos moinhos é impossível. A maior parte das pessoas não conhecia o local e gostaram muito.
Já perto do pôr-do-sol deslocámo-nos para a
Pala da Moura. Por coincidência ou "milagre" o céu escuro com ameaças de chuva abriu-se e o último raio de sol atravessou o espaço dos fortes esteios da anta. Foi um
momento mágico.
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A investigar a orientação da Pala da Moura |
O sr.
Padre Bernardo chegou momento certo para explicar o significado a a função destes monumentos megalíticos. Defende que tinham funções muito mais interessantes do que meras câmaras funerárias. A sua orientação está de acordo com o "movimento" solar, a sua posição enquadra-se na conjunção de forças que vêm da terra e que esses povos antigos já seriam capazes de detetar e respeitar.
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Pôr-do-sol na Pala da Moura (Vilarinho da Castanheira) |
Já quase noite cerrada, terminou o
Passeio Cultural. Foi um longo dia
À Descoberta do concelho de Carrazeda de Ansiães. E foi completo. Além da história, da beleza da paisagem, da delicadeza das flores, houve também a gastronomia, o convívio o olhar diferente para o que temos e de que nos orgulhamos.
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