Continuação de:
Trilho da Pala da Moura - 22 de Abril (1.ªParte)
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A caminho das Olgas |
O percurso segue depois para sul, contornando a montanha e dirigindo-se para em direção a
Pinhal do Douro, para um sítio chamado
Olgas. De início não percebi o porquê de nos desviarmos tanto do objetivo que eram os moinhos, mas depois percebi a razão. No
ribeiro das Tábuas há um pedaço de calçada e uma ponte, creio que chamada
ponte Romana das Olgas. Posteriormente já procurei informação sobre a acalçada e sobre a ponte, mas pouco consegui encontrar. No livro
Património Arqueológico o Concelho de Carrazeda de Ansiães não há referência, nem à calçada, nem à ponte. É possível que não sejam romanas, mas nem assim deixam de ter interesse. Gostei de passar aqui pela primeira vez e penso voltar. É um local visitado pelos praticantes de
Geocaching.
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A chagar aos moinhos |
Gostava de ter seguido pelo caminho até junto da estrada no Pinhal, onde há mais uma capela, a de
S. Bartolomeu. Alguns participantes da caminhada fizeram esse percurso, outros seguiram as marcações, fletindo para norte, pouco depois da ribeira. O traçado pela capela é menos cansativo e pouca distância acrescenta.
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Já perto da Pala da Moura |
Por esta altura o grupo já estava bastante disperso, seguindo cada um ao seu ritmo. O reencontro com os
moinhos é sempre interessante. A mim fascina-me imaginar o espaço cheio de vida, como terá sido nos tempos áureos. Os residentes do Vilarinho que nos acompanham ainda sabiam a quem pertenciam os moinhos.
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A explicação "à sombra" da anta |
Numa casa que seria de habitação (ainda que temporária) ainda existe quase intacto um forno. No caminho, muito acidentado há muitas possas escavadas no granito. Possivelmente seriam bebedouros para as galinhas que deviam circular livremente por entre as casas. Também ainda estão lá as ruínas de um pombal e sobrevive um lilás, ainda em flor, a indicar que mesmo nos locais mais humildes as flores eram bem-vindas.
As pessoas espalharam-se pelas ruínas, admirando a obra do homem. A água corrente era pouca e por isso muita da beleza do local depreendia-se mas não se via. Eu estive no local em
fevereiro de 2010, com um
cenário bastante diferente.
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Uma provocação à "dieta" |
Depois de mais um pequeno esforço o grosso do grupo chegou à
Pala da Moura, nome dado à milenar anta ou dólmen, Monumento Nacional desde 1910. Houve um momento de
pausa também para ouvir as preciosas informações da arqueóloga presente. Ainda bem que estes Percursos Pedestres para além de fazerem bem ao corpo permitem também aprender ou recordar pedaços da história do nosso concelho.
Seguiu-se o regresso aos
moinhos, onde já estava a ser confecionado o almoço.
O espaço há muito que é utilizado pela população do Vilarinho para ali comerem o folar e fazerem outro tipo de encontros, pelo que não faltam assadores e mesas, o suficiente para as cerca de 130 pessoas que estavam presentes.
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A cantar os parabéns |
O tempo esteve sempre muito instável e com algum vento, mas, felizmente, não interferiu com o desenrolar dos acontecimentos.
Não prestei muita atenção à ementa. Apercebi-me que havia vários tipos de carne no churrasco, caldo verde e ... a novidade, sardinhas assadas, fruta vinho e água. Tivemos até direito a bolo de aniversário!
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Interior do moinho recuperado |
O tempo ainda chegou para algumas brincadeiras e a
visita ao moinho recuperado, infelizmente parado por falta de água que o fizesse rodar.
O mini-autocarro da Câmara estava próximo para transportar as pessoas para o Vilarinho, ou para
Carrazeda de Ansiães mas um pequeno grupo de pessoas decidiu fazer o percurso até à aldeia a pé. Claro que integrei este grupo.
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Possível lagar escavado na rocha |
Nos limites da cerca do Fidalgo um habitante do Vilarinho mostrou-me ruínas de mais uma fonte antiga e, ali perto, o que me pareceu ser um
lagar escavado na rocha granítica. Nunca li nenhuma referência a esta estrutura, mas há vários lagares inventariados no concelho e é-lhes dado algum relevo. Gostaria de conhecer a opinião de um especialista a respeito da estrutura ali presente. É mais um elemento a valorizar este
Trilho da Pala da Moura.
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Brasão, em Vilarinho da Castanheira |
Este regresso à Igreja Matriz permitiu também admirar um dos mais bonitos brasões do concelho, do séc. XVIII, com ornatos barrocos que lhe dão uma graça pouco comum. Vilarinho tem um bom conjunto de casas brasonadas!
Verifica-se que em cada caminhada o número de participantes aumenta. Este é um sinal do interesse que estas iniciativas têm. Tal como nas aldeias onde se realizaram os percursos anteriores,
Linhares e
Castanheiro, fomos bem recebidos, diria mesmo acarinhados, e isso deixa-nos com vontade de voltarmos. E a aldeia de
Vilarinho da Castanheira merece, porque tem muito para oferecer.
Parabéns à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia de Vilarinho da Castanheira.
Nota: Este percurso foi traçado por mim, pode diferir um pouco do oficial, sinalizado e não foi o seguido neste Passeio Pedestre.
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